domingo, 11 de maio de 2014

FRANCISCO ALVES CABRAL

FILHO 1: FRANCISCO ALVES CABRAL - CHICO CABRAL

                                                                                     
Diretoria da Alfredo Fernandes & Cia. Francisco Cabral, ou Chico Cabral é o ultimo sentado. O primeiro em pé, é Cirilo. 
                                                                                 
Chico Cabral no Rio de Janeiro, 1927.


        Chico Cabral, foi o primeiro filho de Pedro Alves Cabral e Antônia Néri Cabral, nascido no Riacho do Meio, Pau dos Ferros, em 09 de fevereiro de 1903.
     Sobre sua infância, sabe-se que desde os três anos de idade acompanhava o pai na agricultura, ajudava a limpar o roçado, tirava mato. Ajudava também o pai na vazante, no plantio de batata e feijão.  O pai construiu uma casa de taipa – com vara, areia e cal - e Chico amassava o barro. É comum no sertão ainda hoje os filhos acompanharem o pai nos afazeres. Os irmãos o chamavam de Chico Velho. Gostava de fazer pipoca para todo mundo. 
    Aos  quinze anos de idade um dos membros da família Fernandes vendo que aquele rapazinho era esperto, ofereceu um emprego para ele na cidade, em Pau dos Ferros, onde seria porteiro da Escola Municipal Joaquim Correia. Pedro aceitou e fazia um sacrifício para todo dia atravessar o açude 25 de Março num pequeno barco para que Chico chegasse à escola. O açude ficava quase em frente a casa de Pedro Cabral.
    Inteligente, Chico diariamente esperava os alunos entrar em sala de aula para ficar espiando nas janelas. Foi assim que aprendeu a ler e fazer contas. Mais uma vez foi-lhe oferecido outro emprego por um membro da família Fernandes, não se sabe se o mesmo que conseguiu o emprego anterior. Dessa vez Chico teria que morar em Mossoró.
   Chico aceitou a oportunidade, mas logo avisou que sua vaga ficaria com Cirilo, então, em seu lugar, de vigia na escola, ficou Cirilo, já um rapazinho, que seguiu o exemplo do irmão e aprendeu a ler e contar na janela das salas de aula. 
     Eliseu conta: "Alfredo Fernandes numa viagem a Pau dos Ferros, trouxe Chico Cabral para lavar garrafas, ele tinha uma fabrica de bebidas e um dia Chico lhe disse que não lavaria mais garrafas, que queria outro emprego. Meu pai veio a Mossoró e Chico aproveitou e disse a ele para pedir a Alfredo para trabalhar no escritório da firma recém criada, Alfredo Fernandes e Cia". 
   Chico nessa época morava na casa de Ezequiel Fernandes, sócio de Alfredo. "Chico era uma espécie de secretário de seu Ezequiel, diariamente trazia água para ele beber na empresa, tanto Alfredo como Ezequiel, meu pai falou com Alfredo que o fez largar a água e trabalhar dentro do escritório. Chico Cabral era inteligente e ficou feliz", disse Eliseu.
      No ano seguinte Chico Cabral já estava bem posicionado na empresa, ordenou que Cirilo viesse para Mossoró, trabalhar na função de descascador de algodão na mesma firma. Mais tarde seria a vez de Eliseu, que veio estudar e depois Chico Cabral o encaminhou para trabalhar no Banco do Brasil, onde ficou até se aposentar. Eliseu contou que Chico e Cirilo eram grandes amigos e colegas de trabalho. "Trabalharam juntos até a morte. Chico chegou a ser sócio da firma, quem mandava ali era Alfredo, Ezequiel e Chico, que era responsável pelos funcionários", disse Eliseu.
     Odílio, o caçula dos homens, o único que não estudou e sempre trabalhou com o pai na agricultura lembra do irmão mais velho: "Cabral foi rico, chegou a ter duas mil cabeças de boi, na Fazenda São Pedro, que construiu casas, armazéns, caixa d’agua, cisternas, curral, cerca de arame, tinha 900 hectares de terras. Tudo cercado de arame, estacas de sabiá e aroeira. Tinha nove casas de trabalhadores", contou o irmão Odílio. "Meu pai deserdou todo mundo para Chico Cabral. Trabalhei quinze anos para ele de graça e me botou para fora", disse Odílio magoado.    
    Chico Cabral foi um homem que conseguiu proporcionar à família uma vida melhor financeiramente e êxito social. Tinha satisfação disso e para manter o padrão de vida que escolheu era necessário dinheiro e ele sabia investir e lidar muito bem com as finanças. Se visse um dos irmãos com uma roupa fraca, mandava-se trocar imediatamente.  
    Do tipo bon vivant , Chico Cabral era um apreciador de mulheres atraentes e belas. Tinha um aspecto extraordinariamente bem parecido, roupas bem feitas e sua elegância ostentosa davam-lhe um cunho fascinante.  
     Gerente do setor de algodão da Alfredo Fernandes e Cia., era autodidata: “Foi um homem que, indiscutivelmente, tinha muito prestígio e crédito em Mossoró. Quando pedia alguma coisa numa loja, mandavam na hora”, conta Eliseu, que lembra que o irmão foi maçom, algo que não agradou a mãe.
    Chico assumiu a educação das irmãs Guiomar e Inalda, tendo beneficiado Adelzira e Chiquinha, além de Eliseu que, confessou, estava mais interessado em namorar do que estudar.  
     Em1934, adquiriu uma fazenda, que batizou de Fazenda São Pedro, em homenagem ao pai, no Riacho Grande. Em dezembro do mesmo ano trouxe a família para a fazenda,  os pais e irmãos que ainda eram solteiros como: Ana, Odílio, Véscia, Inalda, Guiomar, Adelzira e Chiquinha, além do irmão caçula adotivo Luiz Gonzaga, o Negaíz.       
   Ficaram em Pau dos Ferros os irmãos casados, como José, Júlia e Regina.
     Já instalados na Fazenda São Pedro, Chico Cabral trouxe para a sua casa, em Mossoró, na rua Francisco Ramalho, lado direito da Igreja de São Vicente, Inalda e Guiomar.  Extremamente cuidadoso com as irmãs, proibiu-as de ficar à janela, para não namorar. Um dia, soube que Guió desobedeceu suas ordens, pois andou batendo papo com um amigo na janela. Deu-lhe uma grande surra e ameaçou levá-la de volta à fazenda, caso insistisse. Nunca mais Guio conversou com rapaz nenhum. Nunca se casou, faleceu solteira.
    Conta-se que antes desse episódio, Guiomar namorava um rapaz, Edinho, filho de Manoel de Assis. Um dia ele achou que Guió namorava ‘Chupeta’, um motorista de táxi, pegou-a, botou no carro e levou para a fazenda, onde ficou dois dias de castigo. Chico Cabral era extremamente cuidadoso com as irmãs, deve ter recebido recomendações do pai.     
    Canindé Alves lembrou de uma Fobica, da Ford, e uma moto Jawa, grande, importada que Chico possuía. Uma vez vinha de Riacho Grande para Mossoró com Ninita na garupa,  sempre conversando e em determinado momento ela se calou, não respondia, quando ele se voltou para a garupa não viu ninguém. Ninita havia caído e ficou para trás. Ele retornou e ela vinha caminhando.
     Moreno, Chico Cabral era da alta sociedade de Mossoró, playboy. Quando resolveu sossegar e casar, para surpresa dos amigos e da família não foi nenhuma das moças tidas como prováveis candidatas, inclusive, a colega de trabalho Aldiva Fernandes. Chico casou-se com uma mulher que lançava moda, chegou a ser uma das mais elegantes da cidade, Francisca Paiva Cabral, a Ninita, natural de Almino Afonso.  Por causa dessa escolha se intrigou com a mãe, que torcia pelo casamento com Aldiva. Conta-se que a mãe deu-lhe desprezo, ao ponto de quando estava morando em Mossoró, em frente a empresa onde ele trabalha, Alfredo Fernandes e Cia., bastava avistá-lo para entrar de casa adentro e fechar a porta.  
    Do casamento nasceu um casal de filhos: Kléber e Keitha, que tiveram pouca convivência com a família. Em 1951, durante a festa de comemoração das Bodas de Ouro de Pedro e Antônia, reuniram a família para uma foto. Chico Cabral e Ninita não compareceram, mas mandaram os filhos, que aparecem na foto.        
   Chico Cabral era um homem bonito. Alto, um ‘tipão’ de homem. De gestos simples, não andava na casa de ninguém, a não ser  nas vezes que aparecia de surpresa para almoçar na casa da irmã Maria Cabral. Gostava de fazer isso para comer o que tivesse na mesa.  “Ele era muito rico e a gente se preocupava, mas como gostava de comida sertaneja...”, disse Estelina. Ela lembra que seus filhos também apareciam, vinham em casa. Kléber era muito apegado a Pedro Segundo, caçula de Maria. Tão apegado que o filho de Segundo é em sua homenagem.
     Estelina não  gostava de dizer que era Cabral, por causa da riqueza dele, que era tão conhecido. “Na maioria das vezes atrapalhava. Uma  vez mamãe  deixou de ganhar dinheiro num negócio que não  me lembro porque disseram que era irmã  de Chico Cabral", disse.
   Os filhos de Chico Cabral tinham brinquedos, o que os outros sobrinhos não tiveram.
    Aos cinquenta e nove anos de idade, Chico Cabral sentiu-se mal à noite. No dia seguinte o médico Lavoisier Maia, que era ateu, chegou para ver o doente e, se dirigindo aos parentes disse: “Vocês não têm um Deus aí? Quero ver ele funcionar agora. Duvido”, lembra Eliseu que assistiu a cena. 
    Quando faleceu deixou muita coisa: “Na firma ficou mais de três mil cruzeiros”, diz Eliseu. Nunca foi feito o inventário de Chico Cabral. “No velório a casa dele virou feira. Todo mundo foi vê-lo no caixão, a maioria por curiosidade. Foi o maior enterro que vi em Mossoró”, diz Eliseu, que veio de Recife, onde morava, a tempo de vê-lo vivo por alguns minutos.
     Os filhos estudavam em Natal, Kléber era interno no Colégio Marista, tinha quinze anos de idade e Keitha era interna na Escola Doméstica, com doze anos de idade.       


Chico Cabral

FRANCISCO ALVES CABRAL, por Kleber

    Meu pai era o filho mais velho e, pelo que sei, responsável pelos estudos e primeiros empregos dos seus irmãos.
Vivi com ele menos de um quarto da minha vida, mas, lembro de alguns fatos e passagens que me permitem prestar depoimento sobre sua pessoa e como vivia.
Era um homem sério, trabalhador e cumpridor das suas obrigações.
Minha mãe era sua musa e inspiração, ele dedicava todas as suas atenções para ela, a ponto de ter se indisposto com vovó Antônia, mantendo-se afastado dela desde a decisão pelo casamento com mamãe até a sua morte.
Fazia questão de oferecer para mamãe tudo o que achava que ela queria e procurava adivinhar os seus pensamentos.
Embora não gostasse, acompanhava mamãe a todas as festas na ACDP, Clube Ypiranga, casamentos, aniversários, etc. A 'disputa' entre mamãe e Zedê Caminha, mulher de doutor Alcestes, gerente do Banco do Brasil, pelo título de 'Mais elegante de Mossoró' e 'Mais elegante do Rio Grande Norte', fez parte do folclore da cidade na década de 1950. Também patrocinava todas as festas que ela fazia, como os dez anos de Keithinha, quando contratou, nada mais, nada menos, que o cantor mexicano Bienvenido Granda, que fazia sucesso no Brasil.
Era devoto de São Francisco do Canindé e, embora não fosse de frequentar igrejas, não conseguindo pôr em mim o nome do santo, conseguiu levar-me até o Canindé, depois de batizado, para me entregar ao santo. Segundo mamãe, isso aconteceu quando eu já tinha cerca de nove meses de idade.
Devido ao seu desentendimento com vovô Antônia, pouco me relacionei com os primos do seu lado, mantendo mais afinidade com os primos da família de mamãe. De qualquer sorte, fiquei muito amigo de Segundo, filho de tia Maria e mantive relacionamento mais próximo com os tios Cirilo e Odílio.
Somente depois da sua morte é que conheci diversos primos, principalmente, durante a doença de vovô Pedro, quando também, praticamente, conheci vovó Antônia. Aliás, desde então, sempre que fui a Mossoró fiz questão de visitá-la, inclusive, tendo me hospedado em sua casa numa das oportunidades. Nunca lhe perguntei nada sobre papai, mas ela sempre fez questão de dizer quanto eu era parecido com ele.       
Meu pai não escondia seu apego com Keithinha, até porque ela, sendo mulher, conseguia ser mais carinhosa com ele.
Da minha parte, percebendo o quanto ela tinha facilidades com ele, utilizava-me dela para obter coisas, como dinheiro para ir ao cinema, comprar balas e brinquedos, pois, diretamente ele era mais difícil de convencer.
Preocupava-se com os meus estudos e os de Keithinha.
Queria que eu fosse médico, pois achava que eu não tinha perfil para profissão mais difícil, implicava que eu tinha de ter uma profissão que me fizesse ficar rico mais facilmente.
Em 1959, levou-me para Natal, internando-me no Colégio Santo Antônio - Marista - e onde fiquei até 1962, quando ele faleceu. Nesse ano, também Keithinha foi estudar em Natal, na Escola Doméstica. 
Não tinha o costume de beber, lembro que certa vez, bebeu algumas doses de uísque, num baile da ACDP e caiu num dos banheiros do clube, machucando o narizNunca mais soube que tenha bebido mais que um ou dois copos de cerveja.
Adorava as festas juninas, Luiz Gonzaga seu cantor preferido e quando viajava para a fazenda ficava cantando o tempo todo A Mula Preta.
Adorava o Riacho Grande e só deixava de ir lá quando estava fora de Mossoró. Ia lá todos os dias, impreterivelmente, às 5 horas da manhã, para assistir a ordenha das vacas e voltava para o trabalho, a partir das 8 horas da manhã. De acordo com a necessidade, voltava lá na parte da tarde.
Certa vez aprontou uma comigo e com mamãe...
Eu namorava Eliana, filha de doutor Francisco Cabral, chefe do Ministério de Agricultura em Mossoró e, na terça feira do carnaval de 1962, ele deixou que eu ficasse na ACDP até o amanhecer do dia, pois mamãe ia com Keithinha para Natal, às 5 horas da manhã. Aproveitei e fiquei namorando até umas 8 ou 9 horas da manhã, quando cheguei em casa. Ele tinha ido para o Riacho Grande, mas ficou sabendo da hora que cheguei e ficou danado: “A primeira vez que deixo ele ficar sozinho e ele se esbanja. Pode deixar que vai acertar comigo” – ameaçou para os empregados lá de casa. Daí a uns quinze dias iríamos para Natal juntos.
O dia marcado era um sábado, de manhã e, na véspera, encontrei-me com uns amigos e sai para a farra. Viramos a noite e meu pai foi me buscar na Sorveteria Oásis, lá para as 9 horas da manhã, me deu aquele 'esculhacho' e me mandando trocar de roupas, partimos dali mesmo para Natal. Na estrada, vamos dizer, voltamos a nos entender e ele arquitetou um plano para fazer uma gozação com mamãe. Em Natal, mamãe e Keithinha já estavam hospedadas no Grande Hotel.
No hotel, depois de tomarmos banho, fomos para o restaurante jantar e, de volta para o apartamento, ele começou a conversa:
-  Já soube o que o seu filho fez, dona Ninita?
     Mamãe quase passa mal, pois, em seguida, ele contou que Eliana estava grávida e que agora o que restava era me casar e me por para estudar e criar a criança.
Foi aquele clima, até que ele fechou o assunto, dizendo:
- Se fosse verdade, você acha que eu teria trazido ele para cá sozinho? – perguntou para mamãe. – Claro que não, mulher, já teria levado para a fazenda e iria colocá-lo no trabalho, para fazer jus às suas necessidades. Eu não vou criar filho de ninguém.
O acontecimento embora tenha parecido desagradável, contribuiu para que eu conhecesse um pouco da sua personalidade.
Vivi apenas quinze anos com ele, mas, muita coisa que aconteceu com papai tem acontecido comigo.
Meu sogro gostava de ser chamado de padrinho, mas meu filhos, sem qualquer orientação, minha ou de minha mulher, só o chamavam de vovô.
Concordo com o que dizia vovô Pedro: “Os filhos devem ser preparados pelos pais para que ganhem com o seu suor o sustento e construam suas vidas”. Juntar patrimônio para a família quase sempre resulta em problemas para a geração futura. Foi o que aconteceu, em parte, conosco. Papai tinha um bom patrimônio: Fazenda São Pedro, casa boa, carro novo, caminhão, etc., além de ter ajudado a sua família e a de mamãe e, se tivesse vivido mais, certamente, teria juntado muito mais.
Com a sua morte, todos foram pegos de surpresa. Minha mãe não tinha a menor ideia do que ele realmente fazia, quais os seus direitos e suas obrigações. Ainda hoje lembro que o doutor José Leão, conhecido pelas suas bebedeiras, devolveu o cheque que recebeu pelo atendimento prestado ao meu pai, por achar que não merecia o pagamento, uma vez que, segundo ele nada fizera para contribuir para a sua recuperação. Por outro lado, doutor Maltez, que era nosso vizinho e obstetra, embora tenha estado lá em casa, recebeu o pagamento.
Minha mãe chegou a pagar débito do meu pai no Banco do Brasil antecipadamente, a pagar 'débito de boca', pessoas que diziam que tinha crédito com papai, sem mostrar qualquer comprovante. A fazenda terminou sendo vendida sob a pressão do vizinho amigo e futuro governador, o doutor Tarcísio Maia. Tudo sob a pressão de 'amigos e parentes', sob a premissa de manter o nome de meu pai limpo.
Só voltei para Natal depois da morte de papai porque minha mãe pensava que seria possível manter o nível de vida que papai nos oferecia e porque já pagara alguns meses do internato.
A realidade chegou e tivemos que nos adaptar às novas condiçõesNão foi fácil, pois, tanto mamãe, quanto eu e Keithinha, acreditávamos ser tão ricos que a morte de papai nada alteraria o nosso viver.
Fiz muita besteira, gastei demasiadamente, para a minha idade e só dificultei as tomadas de decisão de mamãe, mas aos 21 anos doei para minha mãe o que me cabia no testamento de papai, até que mudamos para Fortaleza, onde passei a viver de forma simples, contentando-me com o que tivesse disponível, até que consegui me formar em julho de 1972.
Nesse ano tomei a mais importante decisão da minha vida: Fazer o que fez meu pai; sair pelo mundo à procura do sustento e do futuro.
- Mamãe, se papai saiu de Pau do Ferros só com a tabuada, não é possível que eu, com um diploma universitário, não seja capaz de fazer, ao menos, o que ele fez, ou seja, construir uma vida nova, constituir e criar uma família.
Pois é, fui para Minas Gerais e vim para a Bahia em 1981, onde estou até agora

                                                                             
Francisca Paiva Cabral, a Ninina.



                                                                             
Ninita, Kleber, Keytha e Chico Cabral, em 1951


Kléber e Keytha, em 1956

Keytha e Kleber, em 1960



                                                                         


                                                                               
Keytha, Kléber, Ninita e Chico 




                                                         
Aruza Rosado, João Paiva, Chico Cabral, Ninita, Concita Escóssia e esposo

                                                                                                                                                         
Kléber, Ninita e Keytha, em 1965
                                                                       

                                                                         
Keytha, Ninina e Kleber Paiva Cabral




                           N. KLEBER PAIVA CABRAL


                                                                         
Kléber com o pai, em 1946.




                                                                         
Kléber com o pai, em dezembro de 1946.


Kléber com quinze anos no portão de casa
                                                             
Casamento de Kléber e Tomires Socorro, em 1978 

      Kléber Paiva Cabral nasceu em Mossoró, em 5 de maio de 19XX. Graduado em Agronomia, pela Universidade Federal do Ceará. 
      Em 4 de fevereiro de 2022, escreveu:
      "Vou contar a presença de São Francisco das Chagas, meu padrinho. Como foi a confirmação do meu batizado na Basílica do Canindé, no interior do Ceará.
    Padre Hubert, Humberto para nós brasileiros, convenceu meu pai que o batizado tinha que ser o mais cedo e que a confirmação poderia ser feita depois no Canindé.
    Pois bem, segundo minha tia Célcida, irmã da minha mãe, a coisa aconteceu assim, vou descrever como se soubesse o que acontecia:
     Primeiramente, ao chegar no Canindé depois de oito horas de viagem num Jeep 1931, americano, legítimo, tiraram-me dos peitões da minha mãe. Não gostei.
    Depos me deixaram despido e com frio.
    Está pensando que acabou meu sofrimento? Não, puseram-me no colo de um boneco de gesso - os franciscanos tiram o boneco da criança do colo da estátua de São Francisco e colocavam o indijitatado, eu, no caso - nos braços do santo.
    Não deu outra. Assustado, a primeira foi na cara, daí, desculpe a expressão, foi merda para todo lado. Caguei no santo e, se não fosse tia Célcida, ele teria morrido asfixiado.
      Correria geral, meu pai encabulado, minha mãe apavorada.
      A sorte do santo foi tia Célcida.
      Rapidamente me tirou de cima do santo e ele voltou a respirar.
      Foi assim, pode acreditar.

      Em julho de 2022 escreveu:
      "Há exatos 50 anos, no dia 15 de julho de 1972, mais ou menos, a essa hora, no Salão Nobre da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará, em Fortaleza, no Ceará, eu suava que nem tampa de chaleira de água quente.
         Estava na fila para a minha Colação de Grau como Engenheiro Agrônomo.
         Cinquenta anos...
         Uma vida inteira dedicada a profissão que escolhi ainda na minha juventude.
         Distante do Ceará, mas com o meu umbigo enterrado em Mossoró, meu coração dividido entre o Ceará e Minas Gerais e minha Vida entregue à Bahia, não tenho mais nada a fazer que agradecer ao Grande Arquiteto do Universo por tudo o já vivi.
         Nesses 50 anos conheci a mulher da minha vida, Tomires Socorro, tivemos quatro filhos maravilhosos - Thalita Mara, Thiago Francisco, Thales Francisco e Tadeu Francisco - ganhamos genro, Daniel Francisco, e noras - Lidiane e Juliana - quatro netos: Miguel, Francisco, Maitê, Maria Helena e Francisco - maravilhosos, mantivemos nossas amizades potiguares, cearenses e mineiras, adquirimos novos amigos baianos e continuamos à procura de novos amigos, com a Graça de Deus.
   Finalizando, agradeço a sua atenção até agora e faço votos que continuemos assim, amigos.
   Kleber

        Residente em Vitória da Conquista, na Bahia, é aposentado do Banco do Brasil. Casado com Tomires Socorro, mineira. O casal teve quatro filhos: 
         B. Thalita, nasceu em xxxx Graduada em Psicologia, casada com Daniel Francisco mãe de Maria Helena e Francisco.  


                                            Thalita Mara, esposo Francisco e filhos, em 2022


          B. Thiago Francisco, nasceu em xxxx graduado em Engenharia Civil, na UFMG.  



Kléber com o filho, Thales Francisco


    

      B. Thales Francisco Cabral, nasceu em xxxxx graduado em Direito. Nasceu em               xxx. Graduado em Direito, pela Universidade Estadual do Sudoeste, Vitória da Conquista, em 2006. Sempre concursado, foi assessor parlamentar da Câmara de Vereadores de Conquista, funcionário do Banco do Brasil, analista técnico da Justiça da Bahia, analista técnico do TRT, Itapetinga, Bahia, Procurador do Estado de Alagoas até 2017 e, atualmente, Procurador do Estado da Bahia, em Vitória da Conquista, desde 2017. Recebeu o título de Master of Science - MS - da Universidade Federal de Alagoas, com nota 9,5 para alegria dos pais corujas. Reside em Vitória da Conquista. Mestre pela Universidade Federal de Alagoas, também leciona na FAINOR - Faculdade Independente do Nordeste, em Vitória da Conquista.
          Casado com ... e pai de .....


       B. Thadeu Francisco Cabral, nasceu em xxxx Graduado em xxxx  




N. KEYTHA PAIVA CABRAL

Keytha
              Keytha nasceu em xxxx , em Mossoró. 



                                                                             
Keytha em festa de debutante no Clube Ipiranga

Keytha no Clube Ipiranga




B. Francisco Romney Cabral Reis 



B. Francisco Rodney Cabral Reis 


JOSÉ ALVES CABRAL


F. 03 – JOSÉ ALVES CABRAL

         Nasceu em 1906, no Riacho do Meio, Pau dos Ferros. Homem de estatura baixa, bem moreno como o pai e Odílio, como eles, trabalhava sob o sol, na agricultura. De rosto chato, parecido com Regina. Trabalhador, nasceu para a roça, de onde tirava o sustento, além de lutar com gado: comprava e vendia. Era esperto, vividor, apesar de fanhoso, sabia conversar, era amigo de todo mundo, um homem sem inimigos.
         Júlia conta que uma vez um professor se indispôs com ele e ameaçou batê-lo, nunca mais ele quis estudar. Era boiadeiro, levava gado de uma cidade para outra, também carregava água de um lugar para outro. Levou muita poeira na vida e, por isso, sempre estava gripado, com dor de garganta, rouco e passou três anos sem trabalhar, antes de morrer, em consequência de problemas nos pulmões.  
        Julia lembra que uma vez José foi levar uma boiada para a Bahia e, na volta, reclamou bastante da temperatura. Disse que havia lugares frios e outros quentes. Que fizeram uma parada num bar na estrada e lhe foi servido água quente, bebeu e nunca mais teve saúde.
        Nessa época, Chico Alfredo, marido de Júlia, chegou a lhe arranjar um médico de fora para cuidar de José. Este recomendou que José deixasse Pau dos Ferros durante um ano que garantia sua saúde, pois José deveria ficar num lugar com clima menos quente do que Pau dos Ferros. Ele não aceitou, disse que estava conformado com a doença.    
        Inalda lembra que Chico Cabral mandou umas injeções para José, mas um filho de Cícero Bezerra, que fazia linha para PF não entregou a encomenda direito. Ela disse que uma injeção e ele não teria morrido.  
        Inalda lembra que Chico Cabral mandou umas injeções para José, mas um filho de Cícero Bezerra, que fazia linha para PF não entregou a encomenda direito. Ela disse que uma injeção e ele não teria morrido.  
           Odílio lembra a ultima vez que o viu, foi em sua casa, pois ele se hospedava na casa de Odílio. Não reclamava da saúde, fazia negócios de gado para Chico Cabral, comercializava. Pedro disse para Odílio que, de Mossoró ajudava a José em Pau dos Ferros. 
       José faleceu em junho de 1951, aos quarenta e cinco anos de idade, às vésperas da comemoração das Bodas de Ouro dos pais, Pedro e Antônia, em novembro. Sabendo que o filho José estava bem magrinho e dizendo a todos que iria morrer, Antônia viajou a Pau dos Ferros a tempo de se despedir do filho.
       Pedro e Antônia foram ao enterro de José. Eles estavam afastados de Inalda por causa do casamento com Pielson, mesmo assim dormiram na casa da filha e aguardaram a missa de sétimo dia. Inalda fala sobre o irmão José: “Ele me queria bem, de coração. Era um grande amigo, não era fingimento e me tratava com carinho. Em 1945, fui trabalhar em Pau dos Ferros e ele queria que os filhos vissem minha educação de colégio de freira. Fui professora de Maria do Rosário por dois anos. 
       Ivanaldo dizia que o pai era muito bom, trabalhador, enérgico e que tudo o que falava em casa, os filhos obedeciam.  
       José era casado com Joanita, também natural de Pau dos Ferros. Após o casamento morou a vida inteira em casa própria, na Rua Independência, em Pau dos Ferros. A casa ficou para os herdeiros, bem como um terreno que José adquirira do pai. O casal teve quatro filhos, todos nascidos em Pau dos Ferros:
         
           
                                                                    
Ivanaldo


         N. Ivanaldo Alves Cabral, nasceu em Pau dos Ferros, em 28 de novembro de 1939 e faleceu em 27 de novembro de 2004. Ivanaldo foi criado em Pau dos Ferros, era afilhado da tia, Adelzira, e quando criança vendia frutas num caixote. Foi prestar o serviço militar em Natal, queria fazer carreira na Marinha e, de Natal foi para o Rio de Janeiro, serviu em diversos estados e, na Revolução, foi para a Guiana Francesa. Trabalhou na construção de Brasília, como soldador na Esplanada dos Ministérios. Também foi motorista de caminhão. Em Brasília, conheceu Raimunda Pereira da Costa, com quem teve a primeira filha, Joronalda. Raimunda teve um câncer no cérebro. 

        B. Joronalda Pereira da Costa Cabral, nascida em 25 de dezembro de 1975. 


                              



        Ivanaldo viria a se casar com Sônia, que estudava Direito com sua irmã, Terezinha, em Sousa, na Paraíba. Sônia conta que Ivanaldo não dava notícias para a família, até que escreveu dizendo que estava numa situação difícil e com uma filha. Voltou para Pau dos Ferros e trouxe a filha, conheceu e namorou com Sônia e casou. Já viúva, Sônia foi entrevistada em 2007, e descreveu Ivanaldo como uma pessoa justa, honesta, pacífica e, como motorista de táxi que foi até seus últimos dias, tratava bem os clientes. “Quando levava alguém no hospital, adentrava com o paciente, como se fosse parente e ainda comprava o remédio. Era extremamente organizado, Kallyne puxou a ele. Era muito honesto, até no sentido de não comprar fiado. Vaidoso, só trabalhava de camisa de mangas longas e perfumado, adorava perfumes, tomava banhos de perfume. Religioso, assistia missa todo sábado, fazia questão de arrumar sua roupa no guarda-roupas, levava e trazia da lavanderia, na costureira ”, disse. Ivanaldo fez o Supletivo de 1º e 2º graus, acompanhando as duas filhas, quando elas faziam o hoje Ensino Médio. Falava corretamente a língua portuguesa e corrigia as filhas, lia jornais, tinha mania de estudar inglês sozinho e ensinava a Kanddyce. Sempre que vinha a Mossoró, Ivanaldo fazia parada na casa da tia Regina.
      Diabético, quando faleceu, em Pau dos Ferros, ao meio dia, do dia 27 de novembro de 2004, de infarto, fazia quinze anos que havia deixado de fumar e beber. As irmãs não foram ao enterro, mas enviaram coroa de flores. Foi enterrado no túmulo da sogra. 
      Sônia Silva Cabral é formada em Direito e Pedagogia, hoje aposentada, exercia as funções de Extensionista, da Emater, em Pau dos Ferros, aonde ainda reside. É natural de Upanema, filha de José Lourenço da Silva, conhecido como José Vital, natural de Campo Grande, e de Maria dos Anjos Medeiros, natural de Mossoró. O pai de Sônia trabalhava na firma Alfredo Fernandes & Cia., exatamente no motor de beneficiamento de algodão. Sônia foi aluna de Guiomar, tia de Ivanaldo.
       Ivanaldo e Sônia tiveram duas filhas: a pedagoga Kanddyce e Kallyne, formada em Direito e residente em Natal.
        

      B Kanddyce Sulzeer Silva Cabral Santos Nascimento, nascida em Pau dos Ferros, em 23 de abril de 1981.  

      Kanddyce é casada com Fagner Fabiano dos Santos, nascido em Mogi das Cruzes, estado de São Paulo, em 16 de janeiro de 1985. Kanddyce conheceu o esposo, através das redes sociais. “Eu conheço Fagner por causa de amigos em comum, uma amiga é casada com um amigo de infância dele. Ele viu minha foto no Facebook e falou e me achou bonita, minha amiga pediu para eu adicioná-lo no Facebook. Ele aceitou e então, passamos a conversar, com um mês ele me pediu em namoro, depois de um mês de namoro pelo Facebook, ele me pediu em noivado e foi para Pau dos Ferros me buscar e começamos a nossa história, mudei-me para São Paulo e estamos juntos há quatro anos. A gente se casou no dia 8 de julho de 2017, mamãe veio para o casamento e ficou alguns dias conosco”, disse Kanddyce.
                    

Ivanaldo, Sônia e filhas Kallyne e Kanddyce



















      B. Kallyne Sulzeer Silva Cabral nasceu em Pau dos Ferros, em 23 de abril de 1984. Solteira, residente em Natal, aonde graduou-se em Direito e Serviço Social.





                                                                                     

          N. Maria do Rosário Cabral.
          Quando o pai morreu, Maria do Rosário era criança e ficou uns tempos na casa dos avós, Pedro e Antônia, em Mossoró. Depois Joanita veio buscar e Antônia não gostou.
          Na falta de contato com Maria do Rosário, são poucas as informações sobre a mesma e sua família. Há muitos anos mora em outro estado e tudo o que sabemos é que foi a primeira gerente do sexo feminino do Banco do Nordeste. É casada com uma pessoa natural de Pau dos Ferros. O casal tem duas filhas, uma médica e uma engenheira.            

                                                           
Maria do Rosário com tias e avó, Antônia.


              N. Pedro, já falecido.  

           N. Terezinha, advogada, aposentada.  
         

MARIA ALVES CABRAL

                                                                         
Maria Cabral com a sobrinha, Keytha, em 1951

F 2 - MARIA ALVES CABRAL, primeira filha mulher do casal Pedro Alves Cabral e Antônia Neri Cabral. Nasceu no Sítio Riacho do Meio, em Pau dos Ferros, em 15 de janeiro de 1904, faleceu em 1º. de setembro de 2002, em Mossoró. Viveu 98 anos, sete meses e 16 dias. Como filha mais velha, coube a Maria ajudar a mãe nos afazeres do lar e ajudar a criar os irmãos mais novos, bem como foi a primeira professora deles. 
        Por intermédio de Pedro Cabral, Maria morou ainda moça em Mossoró na casa de Ezequiel Fernandes, à época que Lampião esteve na cidade, Maria foi talvez a única mulher a ter participação efetiva no embate, pois atendendo pedido do irmão mais velho, Chico Cabral, costurou os bornais usados pela população local, portanto, foi  testemunha ocular do sufoco que a população passou por causa do rei do cangaço. Por esse motivo, Maria Cabral foi motivo de reportagem no jornal O Mossoroense, em 2002, momento em que deu entrevista aos noventa e oito anos de idade, ao repórter Cristiano Rojer, sobre aquele 13 de junho de 1927.
          Maria namorou um rapaz velho, solteiro, Eliseu Jácome, seu primo, filho de uma irmã de Antônia Cabral. Eliseu era vaidoso, usava cordão de ouro, grosso, tinha fazenda e terras, vivia da agricultura e plantava algodão. Morreu antes dos quarenta anos de idade, vitima de uma queda de cavalo. Passou dez dias com muita dor, sofreu bastante até morrer.
         Maria casou-se com o vaqueiro, Manoel Alves de Sousa, que nasceu em 12 de abril de 1907 e faleceu em 2 de dezembro de 1945, aos trinta e oito anos de idade, deixando Maria viúva com quarenta e um anos de idade, com quatro filhos, o mais velho com apenas dez anos.
          A certidão de casamento do casal é escrita à mão e foi emitida pelo cartório de Pau dos Ferros. Nessa certidão, Manoel está registrado como Manoel Alves da Silva, nascido em Encanto, então município de Pau dos Ferros, filho de Vicente Alves da Silva e Mariana Francisca do Carmo.
         Manoel era uma pessoa simples, bom para casa e a esposa. O casal migrou para Mossoró provavelmente em 1939, e foram morar na Fazenda São Pedro, no Riacho Grande. De início, Manoel trabalhou na fazenda do sogro, tanto na agricultura como nos currais, tratando do gado.
          Manoel gostava de festas, de dançar forró e, sempre que podia, levava Maria, que não gostava de dançar e o liberava para as festas. Homem da inteira confiança de Pedro Cabral, às vezes levava as irmãs de Maria para os forrós. Uma vez veio pegar Inalda em Mossoró para um baile na fazenda de Prego Dourado, próximo do Riacho Grande. Inalda estudava no colégio das irmãs e tinha uns dezesseis anos de idade quando viajou com o cunhado na garupa do cavalo. Para os bailes no Riacho Grande iam sempre de carroça: Inalda, Adelzira, Guió, Chiquinha e Odílio. Antes, porém, Pedro e Antônia tinham uma conversa no quarto com os filhos, quando recomendavam para não saírem da festa, não dançarem o tempo inteiro com a mesma pessoa e que se comportassem como se tivessem em casa.  
         Em Mossoró, Manoel passou a trabalhar como carpinteiro numa empresa de um português, depois trabalhou com madeiramento de casas, até que Pedro Cabral conversando com Luis Paula, este lhe confidenciou que estava à procura de alguém de confiança para sua Fazenda São Luis, em Alagoinha, zona rural de Mossoró. Logo Pedro Cabral indicou o genro, que trabalhou nesta fazenda até seu falecimento. Era véspera de eleição quando Manoel conduzia uma boiada para Mossoró e um boi foge, saindo Manoel atrás, entrando num matagal e, como demorou a retornar, outro vaqueiro foi em seu auxilio e o encontrou ao chão, com uma chifrada do boi na altura da virilha. Foi trazido para Mossoró com vida, para o Hospital de Caridade, vindo a óbito com quatro dias. O sogro lhe fez companhia durante toda a enfermidade. Odílio lembrou que era véspera de eleição, que Manoel ficou aos cuidados dos médicos Chico Duarte e Tarcísio Maia.
        Odílio estava no hospital quando Manoel começou a delirar na cama, ficava narrando uma vaquejada, falava na derrubada do boi. “Meu pai vendo aquilo começou a dizer que Manoel não rezava, que não tinha Deus, que Maria não havia o ensinado a rezar e me chamou para rezar. Logo após a reza Manoel faleceu, de tétano, após uns cinco dias de internação. O enterro foi no dia de eleição para senador e deputado federal, em 2 de dezembro de 1945. De Mossoró, foi eleito apenas Mota Neto, para deputado federal.     
        Odílo lembrou também que na véspera dessa última viagem de Manoel Alves, Maria Cabral havia sonhado com um acidente, no qual ele morria e que ainda tentou demovê-lo da ideia da viagem, mas ele não atendeu aos apelos da esposa.
        Quando Maria ficou viúva passou mais de um ano na casa dos pais com os quatro filhos, até adquirir uma casa simples, num enorme terreno na Rua Silva Jardim, com a ajuda do pai, que montou um curral no terreno e deixou uma vaca para Maria sustentar sua família.
        Segundo os filhos, a mãe era severa na criação deles. Estelina gostava de andar descalça e Maria ameaçava pregar os seus pés nos tamancos. “Ela era de uma época em que quando tinha visita mandava os filhos se retirar da sala para ficarem a vontade”, conta Estelina. “Somos de uma geração que a gente era muito apegado aos avós, no nosso caso, os avós maternos”, continua.
         Maria Cabral praticamente criou os filhos sozinha tendo eles recebido uma educação rígida, mas tudo com amor e carinho: “Deixava de comprar as coisas para si para dar aos filhos, por isso todos tiveram a obrigação de ser bons para ela”, disse Estelina.   
         A família Cabral ajudou muito Maria quando ela ficou viúva, aos 41 anos, com tantos filhos. Só que Maria, por talvez ser a filha mais velha, sempre era solicitada para situações  difíceis, principalmente doença na família, isso irritava o Estelina, que era criança e, muitas vezes, ficou sozinha em casa para Maria dormir na casa de um parente enfermo. “Sempre foi tola, não sabia dizer um não, aceitava tudo. Eu sempre dizia para ela, chamava a atenção para isso, mas ela continuava servindo. Ainda ajudava em casa, costurava para fora. A irmandade lhe ajudou muito. Pois todos lhe retribuíram a atenção quando precisou. Sentiu-se compensada. Na minha cabeça, eu ficava chateada porque só davam a ela pelo seu trabalho, nada era de graça”, confessa Estelina.  
          
                                                                             
Maria Cabral  


                                                                           
Maria Cabral com a mãe, Antônia na casa de Inalda

                        Maria Cabral e Manoel Alves tiveram quatro filhos:
                                                      
Maria com a nora, Mirian, e os quatro filhos: Segundo, Osmina, Estelina e Canindeh Alves.


  Canindé, Pedro Segundo, Osmina e Estelina



Canindeh Alves
                                                                           
N. FRANCISCO ALVES DE SOUZA, o Canindeh Alves, nasceu em Pau dos Ferros, em 16 de agosto de 1935. Canindé foi uma criança magra e teve febre amarela, então, sua mãe Maria apegou-se a São Francisco Canindé e fez uma promessa que, se a criança fosse curada, passaria a se chamar Canindé, o que aconteceu e, adulto, adicionou o h e supriu o acento agudo, passando a assinar Canindeh.  Por volta de 1938, Canindeh veio com os pais para Mossoró, para acompanhar aquele que ele chamava de Comandante Chefe, Pedro Cabral, seu avô paterno. 
           Quando o pai faleceu, Canindeh tinha apenas dez anos de idade e, como primogênito, logo passou a trabalhar no pesado, para ajudar com as despesas da casa. Ele carregava água de jumento, do rio Mossoró, para vender nas casas, numa Mossoró que não tinha água encanada e não contava com poços. Devido a uma amizade que tinha com um jornaleiro, Luiz, com quem comentou que queria conseguir um emprego. E este respondeu que deveria falar com Jorge Pinto, proprietário do Cine Pax.  Canindeh tinha de treze e a ajuda veio do avô, Pedro Cabral, que todo domingo fazia a feira no Mercado Central e encontrava Jorge Pinto. O avô falou sobre o neto e Jorge Pinto conseguiu um emprego de faxineiro. “Com uns seis meses eu aprendi a colocar e tirar filme no projetor. Um dia despediram o funcionário  e assumi o posto. Com um ano fui encarregado de falar no microfone anunciando o filme. Jorge Pinto deu a oportunidade e me motivou a ir em frente”, disse Canindeh.
           Ocupou o posto de locutor, que acumulou com o de operador, mas só queria saber de locução. Um dia se ofereceu para fazer locução  num parque de diversões  nas horas de folga. Empolgou-se e, já locutor do amplificar, começou a ser motivado para ser locutor da Radio Tapuyo. Como vivia treinando em casa, lendo textos, candidatou-se a uma vaga. Esse foi o inicio de uma carreira brilhante que entrou para a história do radiojornalismo mossoroense, tendo atuado até o fim da sua vida, com mais de cinquenta anos de atividades, com passagem pelo radio carioca.    
           Tinha vinte anos quando assumiu a Semana em Revista, um programa aos domingos das 18 às 19 horas, era o resumo dos acontecimentos da cidade. “Eu tremia como vara verde. Nervoso, tornei-me locutor oficial”, lembrou Canindeh. Na sequência, passou a ser locutor comercial, disque jóquei, redator, locutor-noticiarista e se especializou em reportagem política. Chegou a diretor-artistico durante longo tempo.
           Em janeiro de 1973, pediu uma licença sem remuneração e foi trabalhar no Rio de Janeiro.  Achava que no Rio teria um emprego melhor. Conseguiu emprego na Radio Mauá e passou a apresentar o programa Chapéu de Couro, Chapéu de Palha, que apresentou durante dois anos, nas madrugadas de domingo, das 4 às 8 horas.
           Canindeh veio passear em Mossoró e levar a família, quando recebeu  convite do então prefeito, Dix-huit Rosado para dirigir a Rádio Tapuyo. Convite aceito, Canindeh ficou dez anos na direção geral da rádio. Acumulou o cargo como assessor de imprensa da Prefeitura Municipal de Mossoró nas gestões de Dix-huit e de João Newton da Escóssia. Como radialista, Canideh teve a oportunidade de entrevistar os presidentes da República, Médici e João Batista Figueiredo. 


                                           Canindeh Alves atuando

           No início dos anos 1980, Canindeh pediu demissão da rádio e abriu a primeira agência de publicidade de Mossoró, a Vanusa Publicidade, e assumiu a direção da Rádio Liberdade, a convite de Milton Marques de Medeiros, onde permaneceu por oito anos. Ali, ele apresentava aos domingos, das 6 às 9 horas, o programa Chapéu de Couro, Chapéu de Palha. Um bom filho, todo domingo visitava a mãe, Maria Cabral, em quanto ela viveu.  
           Na Rádio Tapuyo, Canindeh conheceu e se apaixonou por Ivanilda Linhares, noticiarista e locutora comercial. Ele ainda era um rapaz que sonhava com a locução, mas já transitava pelos corredores da rádio para vê-la. Em 2007, Ivanilda assim disse sobre isso: “Conheci Canindeh na Radio Tapuyo, eu tinha um programa e trabalhava na parte financeira e administrativa, em frente a minha sala havia uma escada e ele ficava olhando para mim. E eu reclamava que aquele menino do Pax ficava todo tempo olhando para mim. Um dia, chamei Souza Luz e reclamei, então ele disse: ‘Eu sou seu fã’. A partir dai, a gente fez amizade, ele foi trabalhar na rádio, depois de muito tempo começamos a namorar. Eu achava que ele daria um bom radialista, gostava da voz dele, ele lia direitinho, eu confiava nisso e foi realmente o que aconteceu. Vamos fazer quarenta e sete anos de casados, é claro que nós temos aborrecimentos, mas até hoje nunca brigamos”.   
Canindeh e Ivanilda casaram-se em 13 de novembro de 1960. Maria Ivanilda Linhares de Souza, era natural de Caraúbas, filha de ................................ e ............................ Faleceu em

O Mossoroense registra o falecimento de Ivanilda Linhares:


           O irmão caçula de Canindeh contou no programa Mossoró de Todos os Tempos, que no tempo em que a rádio produzia radionovelas, Canindeh atuou nelas: “Canindeh trabalhou de artista de novela, na época não havia televisão e ele seguiu a vida toda no radialismo. Fomos criados sem pai e Canindeh era o cabeça da casa, pegou pesado com meu avô, sempre dava bons exemplos, aconselhava-me, dizia para ter cuidado na vida, para não fazer algo errado, isso ele se preocupava bastante, não por ser meu irmão, mas sempre foi uma pessoa bacana, foi um batalhador, naquele tempo tudo era difícil em Mossoró, naquele tempo era fechado para ser o que ele foi”. 
           Viúvo, Canindeh faleceu em .21 de abril de 2012, aos setenta e cinco anos de idade, como o locutor que mais permaneceu no ar na história de Mossoró. Mossoró ganhou um nome de rua em sua homenagem, a Rua Radialista Canindé Alves, no bairro Santa Júlia.
           Canindeh e Ivanilda tiveram cinco filhos:

           B. Francisco Alves de Sousa Junior - faleceu com um ano e nove meses, de doença  de calazar.

B.   Francisco Linhares Neto, casado com Antônia Magneide Barbosa Linhares, natural de Grossos, filha de.............................. e ...........................................

O casal tem um filho:

               T. Luiz Henrique Barbosa Linhares        

               B. Ivana Maria Linhares de Sousa, nasceu em 26 de maio de 1965. Engenheira agrônoma e estudante de Psicologia.  
         
               Depoimento de Ivana:
                “Meu nome é Ivana, sou filha de Canindeh Alves e Ivanilda Linhares. Não tive a oportunidade de conhecer meu avô e bisavô paterno, mas tive a felicidade de conhecer minha bisavó paterna, Mãe Toinha. Felizmente, convivi durante muitos anos com meus avós maternos e com minha avó paterna, Maria Cabral. Vovó Maria, mãe do meu pai, perdeu o marido cedo e com firmeza e determinação conseguiu educar seus quatro filhos da melhor maneira possível, passando lições de honestidade e respeito. Lembro perfeitamente dos meus domingos de infância na casa dela. Eram sagrados e sempre uma festa, pois minhas primas moravam do lado e a gente fazia muita bagunça. Meus pais escolheram Adelzira e Juca Freire para meus padrinhos e isso sempre foi motivo de orgulho para mim. Madrinha Adelzira foi uma das pessoas mais doces que conheci. Sempre educada, voz mansa e um olhar que era carinho puro. Meu padrinho Juca era tranquilo, uma pessoa voltada para família. A história de vida de meu pai e minha mãe também é algo admirável. Ele, ainda jovem, devido à morte prematura do pai, teve que assumir junto a sua mãe, a responsabilidade de criar os irmãos mais novos. Embora não tenha tido a oportunidade de estudar como merecia, com força de vontade, persistência e objetividade, alcançou bons resultados naquilo a que se propôs. Minha mãe, foi criada de maneira rígida, formou-se na Escola Normal de Mossoró. Era uma mulher extremamente determinada e enfrentava tudo com vontade de vencer. Foi a pessoa mais generosa que conheci. Não media esforços para ajudar o próximo. Juntos, por mais de quarenta e oito anos, construíram uma família unida, mostrando que o respeito e honestidade devem ser base de todo e qualquer relacionamento entre as pessoas. Meus pais viveram uma bela história de amor e é ótimo ter nascido fazendo parte disso. Sou formada em Agronomia. Creio que nasci com esse amor pelo trabalho no meio rural. Tanto pelo lado materno - pois meu avô era fazendeiro e tinha vontade que meu tio Catão fosse agrônomo - quanto pelo lado paterno, já que meu avô Manoel era vaqueiro. Amo o que faço. Formei-me pela antiga ESAM – Escola Superior de Agronomia de Mossoró - hoje UFERSA – Universidade Federal do Semi-Árido. Comecei a minha vida profissional na extinta MAISA – Mossoró Agro Industrial S.A - uma escola para mim. Essa empresa foi um verdadeiro marco na história de nossa região, pela exportação de frutas, sucos e castanha. Continuo trabalhando com exportação de frutas. Esse é um pequeno resumo de vida de uma descendente de Pedro Alves Cabral.


               B. Maria de Fátima Linhares de Sousa Oliveira, graduada em Ciências  
                   Sociais, pela UERN, em Mossoró, casada com Ranieri Kleber 
                   de Oliveira, natural de ......................., filho de ..............e ................
                  
                   O casal tem dois filhos:  
                   T. Gabriel Kébler de Oliveira, nascido em
                   T. Maria Fernanda, nascida em .... 

               B. Vanusa Linhares de Sousa Pereira, assistente social, casada com 
                    Euzamar Pereira Junior, natural de ..................., filho de ....................
                    e ..................
                   
                    O casal tem um filho:
                    T. Thales Linhares Pereira de Sousa, advogado, nascido em ....   

                                                                                
Maria Cabral com Canindeh Alves, Estelina e Osmina


           N. MARIA ESTELINA ALVES DE SOUSA - nasceu em janeiro de 1938, no Riacho Grande.
          Em casa começou a trabalhar nas tarefas domésticos. Sempre ligada as letras, começou a ajudar a tia Guiomar, que ensinava particular em casa, na Rua Frei Miguelinho, corrigindo caderno. Como morava ao lado da Escola Moreira Dias, aprendeu a fazer trabalhos manuais como costurar e bordar. Começou a substituir professores, como professora leiga. Passando a ser funcionária do município, professora leiga á noite em casa. Foi nomeada pelo Governo do Estado, como professora na Escola Estadual Presidente Kennedy.
          Canindeh conseguiu um emprego para ela na loja A Magestosa, que vendia calçados e artigos para esportes, pertencente a Décio Barbosa. Achando-se tímida, aprendeu a despachar os fregueses com outros vendedores. Com dois anos deixou porque não estava mais querendo trabalhar no comércio.
          Passou a costurar e bordar para fora, durante o dia e a noite lecionava, como ganhava pouco, quis voltar para o comércio após um ano afastada. Soube que tinha uma vaga na loja A Carioca, onde se apresentou e passando por uma fase de experiência ficou mais de quinze anos.
           Na loja entrava pontualmente às 7 e ia até 11 horas, e das 13 às 17, somente ultrapassando esse horário caso tivesse clientes. Na escola lecionava das 19 às 21:30 horas. Fazia todo itinerário a pé. Nunca quis dirigir. Chegou a ter carro, mas confiava a direção à sobrinha, Janaína. 
          Com o passar do tempo, professor leigo foi se desvalorizando, ou a pessoa ia estudar, fazer uma formação, ou deixasse de lecionar. Sempre participou de cursos para se aprimorar como professora leiga, mas mesmo assim precisava de algo mais, um curso de segundo grau, como a Escola Normal, que passou a ser uma exigência. Como só tinha o quinto ano primário, foi cursar o madureza do primeiro grau, que à época tinha que assistir as aulas no rádio e prestava provas em Natal. Depois surgiu o Projeto Saci, que consistia em estudar pela televisão: “A gente assistia as aulas à noite pela televisão, recebia as apostilas, no colégio Kennedy, era tipo o TV Escola de hoje, com atores dando as aulas”, explica.
           Fez os exames, foi aprovada, partiu para fazer o Unificado, à noite, que correspondia ao primeiro ano do segundo grau. Dai se demitiu do comércio e foi estudar na Escola Normal de Mossoró. Concluindo, prestou vestibular e foi aprovada para cursar Pedagogia, sempre aumentando o nível  escolar e sendo promovida. À época, já  estava trabalhando como funcionária do Estado.
           Estelina foi aluna de notas altas, sem colar, sempre estava fazendo cursos para melhoria do ensino, gosta de lecionar, de inovações, criatividade, não gostava de professor parado, apesar de ser uma profissão muito desvalorizada.
           Quanto a casamento, não nasceu para o casamento, nunca deu certo os pretendentes:”Arrimo de família, sempre fui apegada a minha mãe, tudo que ganhava era para botar dentro de casa. Tinha vontade de ser freira, mas não tive coragem de deixar mamãe. Hoje sei que não tinha vocação”, desabafou.
           Estelina sempre passeou. Viajou por Natal, Fortaleza, Rio de Janeiro e São Paulo. Nunca gostou de dançar. Ia bastante a cinema, frequentava as festas da ACDP, levada pela tia Adelzira, Chico Cabral e Ninita. “Sempre me tiveram como uma pessoa correta, pura, que faz tudo certo. Talvez isso tenha me atrapalhado um pouco. Acho que sou pouco perfeccionista, mas dizem que sou muito exigente”, reconhece.
          Católica praticante, sempre participou de movimentos da igreja, como catequismo, círculo bíblico e hoje pertence ao apostolado da oração. Visitava presídio e hospitais, individualmente.   
          Também lecionou na Escola Antônio Fagundes, Centro Educacional Jerônimo Rosado. Aposentada pelo município, continuou   lecionando Metodologia da Matemática, no Jerônimo Rosado, 2o. grau, substituindo a Escola Normal, quando extinta. Não tem filhos. Cuidou da mãe até seu falecimento. Mora sozinha na mesma casa, à Rua Silva Jardim. 
              
     
          N. OSMINA ALVES DE SOUSA FRANCO, mais conhecida como Mina, nasceu na Fazenda São Pedro, no Riacho Grande, em 8 de julho de 1941. Estudou na Escola 30 de Setembro, tendo concluído o ginásio. Professora aposentada do Estado e da Prefeitura de Mossoró. Mina casou-se aos dezoito anos de idade, fugida, para a casa dos pais do futuro marido, Francisco Franco Sobrinho, o Chiquinho, no Jucuri, zona rural de Mossoró. Chiquinho era natural do Jucuri, caminhoneiro, viajava sempre para a Região Sudeste. O casal estava desquitado desde 1982, quando Chiquinho faleceu em 2001, em Feira de Santana, na Bahia, acometido da doença de Chagas.
          O casal teve cinco filhos:

          B. Leda Marise de Sousa Franco, nasceu em Mossoró, em 30 de abril de 1961. É formada em Administração de Empresas, funcionária do IFRN – Instituto Federal do Rio Grande do Norte, em Mossoró, foi casada com o pernambucano de Olinda, Edirton Moura Santos, filho de Airton Santos e Lia Moura Santos, naturais de Pernambuco.

          B. Marileide da Conceição de Sousa Franco, nasceu em Mossoró, em 30 de julho de 1962; graduada em Serviço Social, foi casada com José Carlos dos Santos, natural de Aracaju, filho de ............................................................ e Iraci dos Santos.................................................................... O casal se separou em 1991. São pais de:

            T. Allisson Halley Franco Santos, nasceu em Mossoró, em 12 de março de 1986, estudante secundarista, morou com o pai em Fortaleza; sendo que atualmente mora com a avó e a mãe. Em 2004 vai se alistar para entrar na Aeronáutica. Adora jogar bola, se dá bem com física e química. Gosta de som, rock. Ajudava em ensaios de uma banda de pagode que seus amigos tocavam. Adora também passear na moto Honda biz de sua mãe pelas noites de Mossoró.
 
           T. Alanna Raíssa Franco Santos, nasceu em Mossoró, em 6 de setembro de 1989. Sempre morou com a avó, Osmina. Gosta de língua portuguesa, pensa em fazer faculdade de cinema. Gosta de ler livros de ficção e já fica imaginando as cenas na tela de cinema. Não sabe se quer ser atriz pelo fato de ser tímida, e não teria coragem de encarar as câmeras, más um dia essa timidez passará... diz ela confiante em seu talento. Gosta muito de dançar, e é fanática pela dupla Sandy e Junior. Adora pop e agora está aprendendo com o irmão a gostar de rock. Adora tirar fotos e “guardar para servir de lembrança dos seus velhos tempos”. diz...  

           Marileide em 2004 teve um filho de Edinaldo Dantas da Silva, natural de Mossoró:
          T. Luis Eduardo     


          B. Vilaine Maria de Sousa Franco, nasceu em Mossoró, em 24 de novembro de 1963. Solteira, assistente social, trabalhou na Casa de Saúde São Camilo de Léllis e no Fórum Municipal, como juíza de paz, que lhe permitia celebrar casamento no civil.

          B. Emanuel Nilson de Sousa Franco, nasceu em Mossoró em 16 de fevereiro de 1966;

         B. Kaline Janaína de Sousa Franco, nasceu em Mossoró, em 9 de fevereiro de 1978; Tem o segundo grau, trabalha como comerciária desde os dezesseis anos de idade. Foi praticamente criada pela avó, Maria Cabral e a tia Estelina; casada, mora na Itália. 


N.  PEDRO ALVES DA SILVA, mais conhecido na família por Segundo. Metalúrgico aposentado, reside em São Bernardo do Campo, São Paulo. Como o irmão mais velho, Canindeh,  Segundo não quis saber de estudo. É casado com Miriam Nunes Paiva da Silva,  natural de  ....................., filha de ....................... e ..............................

O casal tem dois filhos:

B.   Karina Paiva da Silva, natural de São Paulo, capital, formada em ..............................., casou-se em 02 de março de 2002, na Sede Social Josho, templo budista, no bairro Liberdade, na capital paulista, com Marcelo Tamiko Sayama Fugimoto, formado em Filosofia e Direito, natural de São Bernado do Campo, funcionário da Justiça do Trabalho, na capital paulista; filho de Hideo Fugimoto, já falecido, e Maria Tamiko Sayama Fugimoto. No casamento de Karina, da parte Cabral marcou presença as primas, Lúcia e Stella Maris. No convite de casamento uma frase de Luis de Camões: “Mas como causar pode o seu favor nos mortais corações conformidade, sendo a si tão contrário o mesmo amor?”. Karina e Marcelos são divorciados e não
tiveram filhos.     


                B. Kleber Paiva da Silva, natural de ....................... graduado em Arquitetura, pela Universidade São Marcos, em São Paulo. Seu nome é uma homenagem ao primo Kléber, de quem seu pai era amigo na infância.  



























Maria Cabral no início dos anos 2000



Foto de Maria Cabral no Memorial da Resistência