domingo, 11 de maio de 2014

FRANCISCO ALVES CABRAL

FILHO 1: FRANCISCO ALVES CABRAL - CHICO CABRAL

                                                                                     
Diretoria da Alfredo Fernandes & Cia. Francisco Cabral, ou Chico Cabral é o ultimo sentado. O primeiro em pé, é Cirilo. 
                                                                                 
Chico Cabral no Rio de Janeiro, 1927.


        Chico Cabral, foi o primeiro filho de Pedro Alves Cabral e Antônia Néri Cabral, nascido no Riacho do Meio, Pau dos Ferros, em 09 de fevereiro de 1903.
     Sobre sua infância, sabe-se que desde os três anos de idade acompanhava o pai na agricultura, ajudava a limpar o roçado, tirava mato. Ajudava também o pai na vazante, no plantio de batata e feijão.  O pai construiu uma casa de taipa – com vara, areia e cal - e Chico amassava o barro. É comum no sertão ainda hoje os filhos acompanharem o pai nos afazeres. Os irmãos o chamavam de Chico Velho. Gostava de fazer pipoca para todo mundo. 
    Aos  quinze anos de idade um dos membros da família Fernandes vendo que aquele rapazinho era esperto, ofereceu um emprego para ele na cidade, em Pau dos Ferros, onde seria porteiro da Escola Municipal Joaquim Correia. Pedro aceitou e fazia um sacrifício para todo dia atravessar o açude 25 de Março num pequeno barco para que Chico chegasse à escola. O açude ficava quase em frente a casa de Pedro Cabral.
    Inteligente, Chico diariamente esperava os alunos entrar em sala de aula para ficar espiando nas janelas. Foi assim que aprendeu a ler e fazer contas. Mais uma vez foi-lhe oferecido outro emprego por um membro da família Fernandes, não se sabe se o mesmo que conseguiu o emprego anterior. Dessa vez Chico teria que morar em Mossoró.
   Chico aceitou a oportunidade, mas logo avisou que sua vaga ficaria com Cirilo, então, em seu lugar, de vigia na escola, ficou Cirilo, já um rapazinho, que seguiu o exemplo do irmão e aprendeu a ler e contar na janela das salas de aula. 
     Eliseu conta: "Alfredo Fernandes numa viagem a Pau dos Ferros, trouxe Chico Cabral para lavar garrafas, ele tinha uma fabrica de bebidas e um dia Chico lhe disse que não lavaria mais garrafas, que queria outro emprego. Meu pai veio a Mossoró e Chico aproveitou e disse a ele para pedir a Alfredo para trabalhar no escritório da firma recém criada, Alfredo Fernandes e Cia". 
   Chico nessa época morava na casa de Ezequiel Fernandes, sócio de Alfredo. "Chico era uma espécie de secretário de seu Ezequiel, diariamente trazia água para ele beber na empresa, tanto Alfredo como Ezequiel, meu pai falou com Alfredo que o fez largar a água e trabalhar dentro do escritório. Chico Cabral era inteligente e ficou feliz", disse Eliseu.
      No ano seguinte Chico Cabral já estava bem posicionado na empresa, ordenou que Cirilo viesse para Mossoró, trabalhar na função de descascador de algodão na mesma firma. Mais tarde seria a vez de Eliseu, que veio estudar e depois Chico Cabral o encaminhou para trabalhar no Banco do Brasil, onde ficou até se aposentar. Eliseu contou que Chico e Cirilo eram grandes amigos e colegas de trabalho. "Trabalharam juntos até a morte. Chico chegou a ser sócio da firma, quem mandava ali era Alfredo, Ezequiel e Chico, que era responsável pelos funcionários", disse Eliseu.
     Odílio, o caçula dos homens, o único que não estudou e sempre trabalhou com o pai na agricultura lembra do irmão mais velho: "Cabral foi rico, chegou a ter duas mil cabeças de boi, na Fazenda São Pedro, que construiu casas, armazéns, caixa d’agua, cisternas, curral, cerca de arame, tinha 900 hectares de terras. Tudo cercado de arame, estacas de sabiá e aroeira. Tinha nove casas de trabalhadores", contou o irmão Odílio. "Meu pai deserdou todo mundo para Chico Cabral. Trabalhei quinze anos para ele de graça e me botou para fora", disse Odílio magoado.    
    Chico Cabral foi um homem que conseguiu proporcionar à família uma vida melhor financeiramente e êxito social. Tinha satisfação disso e para manter o padrão de vida que escolheu era necessário dinheiro e ele sabia investir e lidar muito bem com as finanças. Se visse um dos irmãos com uma roupa fraca, mandava-se trocar imediatamente.  
    Do tipo bon vivant , Chico Cabral era um apreciador de mulheres atraentes e belas. Tinha um aspecto extraordinariamente bem parecido, roupas bem feitas e sua elegância ostentosa davam-lhe um cunho fascinante.  
     Gerente do setor de algodão da Alfredo Fernandes e Cia., era autodidata: “Foi um homem que, indiscutivelmente, tinha muito prestígio e crédito em Mossoró. Quando pedia alguma coisa numa loja, mandavam na hora”, conta Eliseu, que lembra que o irmão foi maçom, algo que não agradou a mãe.
    Chico assumiu a educação das irmãs Guiomar e Inalda, tendo beneficiado Adelzira e Chiquinha, além de Eliseu que, confessou, estava mais interessado em namorar do que estudar.  
     Em1934, adquiriu uma fazenda, que batizou de Fazenda São Pedro, em homenagem ao pai, no Riacho Grande. Em dezembro do mesmo ano trouxe a família para a fazenda,  os pais e irmãos que ainda eram solteiros como: Ana, Odílio, Véscia, Inalda, Guiomar, Adelzira e Chiquinha, além do irmão caçula adotivo Luiz Gonzaga, o Negaíz.       
   Ficaram em Pau dos Ferros os irmãos casados, como José, Júlia e Regina.
     Já instalados na Fazenda São Pedro, Chico Cabral trouxe para a sua casa, em Mossoró, na rua Francisco Ramalho, lado direito da Igreja de São Vicente, Inalda e Guiomar.  Extremamente cuidadoso com as irmãs, proibiu-as de ficar à janela, para não namorar. Um dia, soube que Guió desobedeceu suas ordens, pois andou batendo papo com um amigo na janela. Deu-lhe uma grande surra e ameaçou levá-la de volta à fazenda, caso insistisse. Nunca mais Guio conversou com rapaz nenhum. Nunca se casou, faleceu solteira.
    Conta-se que antes desse episódio, Guiomar namorava um rapaz, Edinho, filho de Manoel de Assis. Um dia ele achou que Guió namorava ‘Chupeta’, um motorista de táxi, pegou-a, botou no carro e levou para a fazenda, onde ficou dois dias de castigo. Chico Cabral era extremamente cuidadoso com as irmãs, deve ter recebido recomendações do pai.     
    Canindé Alves lembrou de uma Fobica, da Ford, e uma moto Jawa, grande, importada que Chico possuía. Uma vez vinha de Riacho Grande para Mossoró com Ninita na garupa,  sempre conversando e em determinado momento ela se calou, não respondia, quando ele se voltou para a garupa não viu ninguém. Ninita havia caído e ficou para trás. Ele retornou e ela vinha caminhando.
     Moreno, Chico Cabral era da alta sociedade de Mossoró, playboy. Quando resolveu sossegar e casar, para surpresa dos amigos e da família não foi nenhuma das moças tidas como prováveis candidatas, inclusive, a colega de trabalho Aldiva Fernandes. Chico casou-se com uma mulher que lançava moda, chegou a ser uma das mais elegantes da cidade, Francisca Paiva Cabral, a Ninita, natural de Almino Afonso.  Por causa dessa escolha se intrigou com a mãe, que torcia pelo casamento com Aldiva. Conta-se que a mãe deu-lhe desprezo, ao ponto de quando estava morando em Mossoró, em frente a empresa onde ele trabalha, Alfredo Fernandes e Cia., bastava avistá-lo para entrar de casa adentro e fechar a porta.  
    Do casamento nasceu um casal de filhos: Kléber e Keitha, que tiveram pouca convivência com a família. Em 1951, durante a festa de comemoração das Bodas de Ouro de Pedro e Antônia, reuniram a família para uma foto. Chico Cabral e Ninita não compareceram, mas mandaram os filhos, que aparecem na foto.        
   Chico Cabral era um homem bonito. Alto, um ‘tipão’ de homem. De gestos simples, não andava na casa de ninguém, a não ser  nas vezes que aparecia de surpresa para almoçar na casa da irmã Maria Cabral. Gostava de fazer isso para comer o que tivesse na mesa.  “Ele era muito rico e a gente se preocupava, mas como gostava de comida sertaneja...”, disse Estelina. Ela lembra que seus filhos também apareciam, vinham em casa. Kléber era muito apegado a Pedro Segundo, caçula de Maria. Tão apegado que o filho de Segundo é em sua homenagem.
     Estelina não  gostava de dizer que era Cabral, por causa da riqueza dele, que era tão conhecido. “Na maioria das vezes atrapalhava. Uma  vez mamãe  deixou de ganhar dinheiro num negócio que não  me lembro porque disseram que era irmã  de Chico Cabral", disse.
   Os filhos de Chico Cabral tinham brinquedos, o que os outros sobrinhos não tiveram.
    Aos cinquenta e nove anos de idade, Chico Cabral sentiu-se mal à noite. No dia seguinte o médico Lavoisier Maia, que era ateu, chegou para ver o doente e, se dirigindo aos parentes disse: “Vocês não têm um Deus aí? Quero ver ele funcionar agora. Duvido”, lembra Eliseu que assistiu a cena. 
    Quando faleceu deixou muita coisa: “Na firma ficou mais de três mil cruzeiros”, diz Eliseu. Nunca foi feito o inventário de Chico Cabral. “No velório a casa dele virou feira. Todo mundo foi vê-lo no caixão, a maioria por curiosidade. Foi o maior enterro que vi em Mossoró”, diz Eliseu, que veio de Recife, onde morava, a tempo de vê-lo vivo por alguns minutos.
     Os filhos estudavam em Natal, Kléber era interno no Colégio Marista, tinha quinze anos de idade e Keitha era interna na Escola Doméstica, com doze anos de idade.       


Chico Cabral

FRANCISCO ALVES CABRAL, por Kleber

    Meu pai era o filho mais velho e, pelo que sei, responsável pelos estudos e primeiros empregos dos seus irmãos.
Vivi com ele menos de um quarto da minha vida, mas, lembro de alguns fatos e passagens que me permitem prestar depoimento sobre sua pessoa e como vivia.
Era um homem sério, trabalhador e cumpridor das suas obrigações.
Minha mãe era sua musa e inspiração, ele dedicava todas as suas atenções para ela, a ponto de ter se indisposto com vovó Antônia, mantendo-se afastado dela desde a decisão pelo casamento com mamãe até a sua morte.
Fazia questão de oferecer para mamãe tudo o que achava que ela queria e procurava adivinhar os seus pensamentos.
Embora não gostasse, acompanhava mamãe a todas as festas na ACDP, Clube Ypiranga, casamentos, aniversários, etc. A 'disputa' entre mamãe e Zedê Caminha, mulher de doutor Alcestes, gerente do Banco do Brasil, pelo título de 'Mais elegante de Mossoró' e 'Mais elegante do Rio Grande Norte', fez parte do folclore da cidade na década de 1950. Também patrocinava todas as festas que ela fazia, como os dez anos de Keithinha, quando contratou, nada mais, nada menos, que o cantor mexicano Bienvenido Granda, que fazia sucesso no Brasil.
Era devoto de São Francisco do Canindé e, embora não fosse de frequentar igrejas, não conseguindo pôr em mim o nome do santo, conseguiu levar-me até o Canindé, depois de batizado, para me entregar ao santo. Segundo mamãe, isso aconteceu quando eu já tinha cerca de nove meses de idade.
Devido ao seu desentendimento com vovô Antônia, pouco me relacionei com os primos do seu lado, mantendo mais afinidade com os primos da família de mamãe. De qualquer sorte, fiquei muito amigo de Segundo, filho de tia Maria e mantive relacionamento mais próximo com os tios Cirilo e Odílio.
Somente depois da sua morte é que conheci diversos primos, principalmente, durante a doença de vovô Pedro, quando também, praticamente, conheci vovó Antônia. Aliás, desde então, sempre que fui a Mossoró fiz questão de visitá-la, inclusive, tendo me hospedado em sua casa numa das oportunidades. Nunca lhe perguntei nada sobre papai, mas ela sempre fez questão de dizer quanto eu era parecido com ele.       
Meu pai não escondia seu apego com Keithinha, até porque ela, sendo mulher, conseguia ser mais carinhosa com ele.
Da minha parte, percebendo o quanto ela tinha facilidades com ele, utilizava-me dela para obter coisas, como dinheiro para ir ao cinema, comprar balas e brinquedos, pois, diretamente ele era mais difícil de convencer.
Preocupava-se com os meus estudos e os de Keithinha.
Queria que eu fosse médico, pois achava que eu não tinha perfil para profissão mais difícil, implicava que eu tinha de ter uma profissão que me fizesse ficar rico mais facilmente.
Em 1959, levou-me para Natal, internando-me no Colégio Santo Antônio - Marista - e onde fiquei até 1962, quando ele faleceu. Nesse ano, também Keithinha foi estudar em Natal, na Escola Doméstica. 
Não tinha o costume de beber, lembro que certa vez, bebeu algumas doses de uísque, num baile da ACDP e caiu num dos banheiros do clube, machucando o narizNunca mais soube que tenha bebido mais que um ou dois copos de cerveja.
Adorava as festas juninas, Luiz Gonzaga seu cantor preferido e quando viajava para a fazenda ficava cantando o tempo todo A Mula Preta.
Adorava o Riacho Grande e só deixava de ir lá quando estava fora de Mossoró. Ia lá todos os dias, impreterivelmente, às 5 horas da manhã, para assistir a ordenha das vacas e voltava para o trabalho, a partir das 8 horas da manhã. De acordo com a necessidade, voltava lá na parte da tarde.
Certa vez aprontou uma comigo e com mamãe...
Eu namorava Eliana, filha de doutor Francisco Cabral, chefe do Ministério de Agricultura em Mossoró e, na terça feira do carnaval de 1962, ele deixou que eu ficasse na ACDP até o amanhecer do dia, pois mamãe ia com Keithinha para Natal, às 5 horas da manhã. Aproveitei e fiquei namorando até umas 8 ou 9 horas da manhã, quando cheguei em casa. Ele tinha ido para o Riacho Grande, mas ficou sabendo da hora que cheguei e ficou danado: “A primeira vez que deixo ele ficar sozinho e ele se esbanja. Pode deixar que vai acertar comigo” – ameaçou para os empregados lá de casa. Daí a uns quinze dias iríamos para Natal juntos.
O dia marcado era um sábado, de manhã e, na véspera, encontrei-me com uns amigos e sai para a farra. Viramos a noite e meu pai foi me buscar na Sorveteria Oásis, lá para as 9 horas da manhã, me deu aquele 'esculhacho' e me mandando trocar de roupas, partimos dali mesmo para Natal. Na estrada, vamos dizer, voltamos a nos entender e ele arquitetou um plano para fazer uma gozação com mamãe. Em Natal, mamãe e Keithinha já estavam hospedadas no Grande Hotel.
No hotel, depois de tomarmos banho, fomos para o restaurante jantar e, de volta para o apartamento, ele começou a conversa:
-  Já soube o que o seu filho fez, dona Ninita?
     Mamãe quase passa mal, pois, em seguida, ele contou que Eliana estava grávida e que agora o que restava era me casar e me por para estudar e criar a criança.
Foi aquele clima, até que ele fechou o assunto, dizendo:
- Se fosse verdade, você acha que eu teria trazido ele para cá sozinho? – perguntou para mamãe. – Claro que não, mulher, já teria levado para a fazenda e iria colocá-lo no trabalho, para fazer jus às suas necessidades. Eu não vou criar filho de ninguém.
O acontecimento embora tenha parecido desagradável, contribuiu para que eu conhecesse um pouco da sua personalidade.
Vivi apenas quinze anos com ele, mas, muita coisa que aconteceu com papai tem acontecido comigo.
Meu sogro gostava de ser chamado de padrinho, mas meu filhos, sem qualquer orientação, minha ou de minha mulher, só o chamavam de vovô.
Concordo com o que dizia vovô Pedro: “Os filhos devem ser preparados pelos pais para que ganhem com o seu suor o sustento e construam suas vidas”. Juntar patrimônio para a família quase sempre resulta em problemas para a geração futura. Foi o que aconteceu, em parte, conosco. Papai tinha um bom patrimônio: Fazenda São Pedro, casa boa, carro novo, caminhão, etc., além de ter ajudado a sua família e a de mamãe e, se tivesse vivido mais, certamente, teria juntado muito mais.
Com a sua morte, todos foram pegos de surpresa. Minha mãe não tinha a menor ideia do que ele realmente fazia, quais os seus direitos e suas obrigações. Ainda hoje lembro que o doutor José Leão, conhecido pelas suas bebedeiras, devolveu o cheque que recebeu pelo atendimento prestado ao meu pai, por achar que não merecia o pagamento, uma vez que, segundo ele nada fizera para contribuir para a sua recuperação. Por outro lado, doutor Maltez, que era nosso vizinho e obstetra, embora tenha estado lá em casa, recebeu o pagamento.
Minha mãe chegou a pagar débito do meu pai no Banco do Brasil antecipadamente, a pagar 'débito de boca', pessoas que diziam que tinha crédito com papai, sem mostrar qualquer comprovante. A fazenda terminou sendo vendida sob a pressão do vizinho amigo e futuro governador, o doutor Tarcísio Maia. Tudo sob a pressão de 'amigos e parentes', sob a premissa de manter o nome de meu pai limpo.
Só voltei para Natal depois da morte de papai porque minha mãe pensava que seria possível manter o nível de vida que papai nos oferecia e porque já pagara alguns meses do internato.
A realidade chegou e tivemos que nos adaptar às novas condiçõesNão foi fácil, pois, tanto mamãe, quanto eu e Keithinha, acreditávamos ser tão ricos que a morte de papai nada alteraria o nosso viver.
Fiz muita besteira, gastei demasiadamente, para a minha idade e só dificultei as tomadas de decisão de mamãe, mas aos 21 anos doei para minha mãe o que me cabia no testamento de papai, até que mudamos para Fortaleza, onde passei a viver de forma simples, contentando-me com o que tivesse disponível, até que consegui me formar em julho de 1972.
Nesse ano tomei a mais importante decisão da minha vida: Fazer o que fez meu pai; sair pelo mundo à procura do sustento e do futuro.
- Mamãe, se papai saiu de Pau do Ferros só com a tabuada, não é possível que eu, com um diploma universitário, não seja capaz de fazer, ao menos, o que ele fez, ou seja, construir uma vida nova, constituir e criar uma família.
Pois é, fui para Minas Gerais e vim para a Bahia em 1981, onde estou até agora

                                                                             
Francisca Paiva Cabral, a Ninina.



                                                                             
Ninita, Kleber, Keytha e Chico Cabral, em 1951


Kléber e Keytha, em 1956

Keytha e Kleber, em 1960



                                                                         


                                                                               
Keytha, Kléber, Ninita e Chico 




                                                         
Aruza Rosado, João Paiva, Chico Cabral, Ninita, Concita Escóssia e esposo

                                                                                                                                                         
Kléber, Ninita e Keytha, em 1965
                                                                       

                                                                         
Keytha, Ninina e Kleber Paiva Cabral




                           N. KLEBER PAIVA CABRAL


                                                                         
Kléber com o pai, em 1946.




                                                                         
Kléber com o pai, em dezembro de 1946.


Kléber com quinze anos no portão de casa
                                                             
Casamento de Kléber e Tomires Socorro, em 1978 

      Kléber Paiva Cabral nasceu em Mossoró, em 5 de maio de 19XX. Graduado em Agronomia, pela Universidade Federal do Ceará. 
      Em 4 de fevereiro de 2022, escreveu:
      "Vou contar a presença de São Francisco das Chagas, meu padrinho. Como foi a confirmação do meu batizado na Basílica do Canindé, no interior do Ceará.
    Padre Hubert, Humberto para nós brasileiros, convenceu meu pai que o batizado tinha que ser o mais cedo e que a confirmação poderia ser feita depois no Canindé.
    Pois bem, segundo minha tia Célcida, irmã da minha mãe, a coisa aconteceu assim, vou descrever como se soubesse o que acontecia:
     Primeiramente, ao chegar no Canindé depois de oito horas de viagem num Jeep 1931, americano, legítimo, tiraram-me dos peitões da minha mãe. Não gostei.
    Depos me deixaram despido e com frio.
    Está pensando que acabou meu sofrimento? Não, puseram-me no colo de um boneco de gesso - os franciscanos tiram o boneco da criança do colo da estátua de São Francisco e colocavam o indijitatado, eu, no caso - nos braços do santo.
    Não deu outra. Assustado, a primeira foi na cara, daí, desculpe a expressão, foi merda para todo lado. Caguei no santo e, se não fosse tia Célcida, ele teria morrido asfixiado.
      Correria geral, meu pai encabulado, minha mãe apavorada.
      A sorte do santo foi tia Célcida.
      Rapidamente me tirou de cima do santo e ele voltou a respirar.
      Foi assim, pode acreditar.

      Em julho de 2022 escreveu:
      "Há exatos 50 anos, no dia 15 de julho de 1972, mais ou menos, a essa hora, no Salão Nobre da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará, em Fortaleza, no Ceará, eu suava que nem tampa de chaleira de água quente.
         Estava na fila para a minha Colação de Grau como Engenheiro Agrônomo.
         Cinquenta anos...
         Uma vida inteira dedicada a profissão que escolhi ainda na minha juventude.
         Distante do Ceará, mas com o meu umbigo enterrado em Mossoró, meu coração dividido entre o Ceará e Minas Gerais e minha Vida entregue à Bahia, não tenho mais nada a fazer que agradecer ao Grande Arquiteto do Universo por tudo o já vivi.
         Nesses 50 anos conheci a mulher da minha vida, Tomires Socorro, tivemos quatro filhos maravilhosos - Thalita Mara, Thiago Francisco, Thales Francisco e Tadeu Francisco - ganhamos genro, Daniel Francisco, e noras - Lidiane e Juliana - quatro netos: Miguel, Francisco, Maitê, Maria Helena e Francisco - maravilhosos, mantivemos nossas amizades potiguares, cearenses e mineiras, adquirimos novos amigos baianos e continuamos à procura de novos amigos, com a Graça de Deus.
   Finalizando, agradeço a sua atenção até agora e faço votos que continuemos assim, amigos.
   Kleber

        Residente em Vitória da Conquista, na Bahia, é aposentado do Banco do Brasil. Casado com Tomires Socorro, mineira. O casal teve quatro filhos: 
         B. Thalita, nasceu em xxxx Graduada em Psicologia, casada com Daniel Francisco mãe de Maria Helena e Francisco.  


                                            Thalita Mara, esposo Francisco e filhos, em 2022


          B. Thiago Francisco, nasceu em xxxx graduado em Engenharia Civil, na UFMG.  



Kléber com o filho, Thales Francisco


    

      B. Thales Francisco Cabral, nasceu em xxxxx graduado em Direito. Nasceu em               xxx. Graduado em Direito, pela Universidade Estadual do Sudoeste, Vitória da Conquista, em 2006. Sempre concursado, foi assessor parlamentar da Câmara de Vereadores de Conquista, funcionário do Banco do Brasil, analista técnico da Justiça da Bahia, analista técnico do TRT, Itapetinga, Bahia, Procurador do Estado de Alagoas até 2017 e, atualmente, Procurador do Estado da Bahia, em Vitória da Conquista, desde 2017. Recebeu o título de Master of Science - MS - da Universidade Federal de Alagoas, com nota 9,5 para alegria dos pais corujas. Reside em Vitória da Conquista. Mestre pela Universidade Federal de Alagoas, também leciona na FAINOR - Faculdade Independente do Nordeste, em Vitória da Conquista.
          Casado com ... e pai de .....


       B. Thadeu Francisco Cabral, nasceu em xxxx Graduado em xxxx  




N. KEYTHA PAIVA CABRAL

Keytha
              Keytha nasceu em xxxx , em Mossoró. 



                                                                             
Keytha em festa de debutante no Clube Ipiranga

Keytha no Clube Ipiranga




B. Francisco Romney Cabral Reis 



B. Francisco Rodney Cabral Reis 


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