Diretoria da Alfredo Fernandes & Cia. Francisco Cabral, ou Chico Cabral é o ultimo sentado. O primeiro em pé, é Cirilo. |
Chico Cabral no Rio de Janeiro, 1927. |
Chico Cabral, foi o primeiro filho de Pedro Alves Cabral e Antônia Néri
Cabral, nascido no Riacho do Meio, Pau dos Ferros, em 09 de fevereiro de 1903.
Sobre sua infância, sabe-se que desde os três anos de idade
acompanhava o pai na agricultura, ajudava a limpar o roçado, tirava mato. Ajudava também o pai na vazante, no plantio de batata e feijão. O pai construiu uma casa de
taipa – com vara, areia e cal - e Chico amassava o barro. É comum no sertão
ainda hoje os filhos acompanharem o pai nos afazeres. Os irmãos o
chamavam de Chico Velho. Gostava de fazer pipoca para todo mundo.
Aos quinze anos de idade um dos
membros da família Fernandes vendo que aquele rapazinho era esperto, ofereceu
um emprego para ele na cidade, em Pau dos Ferros, onde seria porteiro da Escola Municipal Joaquim Correia. Pedro aceitou e fazia um sacrifício para todo dia atravessar o açude 25 de Março num pequeno barco para que Chico chegasse à escola. O açude
ficava quase em frente a casa de Pedro Cabral.
Inteligente, Chico diariamente esperava os alunos entrar em sala de aula
para ficar espiando nas janelas. Foi assim que aprendeu a ler e fazer contas.
Mais uma vez foi-lhe oferecido outro emprego por um membro da família
Fernandes, não se sabe se o mesmo que conseguiu o emprego anterior. Dessa vez
Chico teria que morar em Mossoró.
Chico aceitou a oportunidade, mas logo avisou que sua vaga ficaria com Cirilo, então, em seu lugar, de vigia na escola, ficou Cirilo, já um rapazinho, que seguiu o exemplo do irmão e aprendeu a ler e contar na janela das salas de aula.
Eliseu conta: "Alfredo Fernandes numa viagem a Pau dos Ferros, trouxe Chico Cabral para
lavar garrafas, ele tinha uma fabrica de bebidas e um dia Chico lhe disse que
não lavaria mais garrafas, que queria outro emprego. Meu pai veio a Mossoró e
Chico aproveitou e disse a ele para pedir a Alfredo para trabalhar no
escritório da firma recém criada, Alfredo Fernandes e Cia".
Chico nessa época morava na casa de Ezequiel Fernandes, sócio de Alfredo. "Chico era uma
espécie de secretário de seu Ezequiel, diariamente trazia água para ele beber
na empresa, tanto Alfredo como Ezequiel, meu pai falou com Alfredo que o fez
largar a água e trabalhar dentro do escritório. Chico Cabral era inteligente e ficou feliz", disse Eliseu.
No ano seguinte Chico Cabral já estava bem posicionado na empresa, ordenou que Cirilo viesse para Mossoró, trabalhar na função de descascador de algodão na mesma firma. Mais tarde seria a vez de Eliseu, que veio estudar e depois Chico Cabral o encaminhou para trabalhar no Banco do Brasil, onde ficou até se aposentar. Eliseu contou que Chico e Cirilo eram grandes amigos e colegas de trabalho. "Trabalharam juntos até a morte. Chico chegou a ser sócio da firma, quem mandava ali era Alfredo,
Ezequiel e Chico, que era responsável pelos funcionários", disse Eliseu.
Odílio, o caçula dos homens, o único que não estudou e sempre trabalhou com o pai na agricultura lembra do irmão mais velho: "Cabral foi rico, chegou a ter duas mil
cabeças de boi, na Fazenda São Pedro, que construiu casas, armazéns, caixa
d’agua, cisternas, curral, cerca de arame, tinha 900 hectares de terras. Tudo
cercado de arame, estacas de sabiá e aroeira. Tinha nove casas de
trabalhadores", contou o irmão Odílio. "Meu pai deserdou todo mundo para Chico Cabral. Trabalhei quinze anos
para ele de graça e me botou para fora", disse Odílio magoado.
Chico Cabral foi um homem que conseguiu proporcionar à família uma vida
melhor financeiramente e êxito social. Tinha satisfação disso e para manter o
padrão de vida que escolheu era necessário dinheiro e ele sabia investir e
lidar muito bem com as finanças. Se visse um dos irmãos com uma roupa fraca, mandava-se trocar imediatamente.
Do tipo bon vivant , Chico Cabral era um apreciador de mulheres
atraentes e belas. Tinha um aspecto extraordinariamente bem parecido, roupas bem
feitas e sua elegância ostentosa davam-lhe um cunho fascinante.
Gerente do setor de algodão da Alfredo Fernandes e Cia., era autodidata:
“Foi um homem que, indiscutivelmente, tinha muito prestígio e crédito em
Mossoró. Quando pedia alguma coisa numa loja, mandavam na hora”, conta
Eliseu, que lembra que o irmão foi maçom, algo que não agradou a mãe.
Chico assumiu a educação das irmãs Guiomar e Inalda, tendo beneficiado
Adelzira e Chiquinha, além de Eliseu que, confessou, estava mais interessado em namorar do
que estudar.
Em1934, adquiriu uma fazenda, que batizou de Fazenda São Pedro, em
homenagem ao pai, no Riacho Grande. Em dezembro do mesmo
ano trouxe a família para a fazenda, os
pais e irmãos que ainda eram solteiros como: Ana, Odílio, Véscia, Inalda,
Guiomar, Adelzira e Chiquinha, além do irmão caçula adotivo Luiz Gonzaga, o
Negaíz.
Ficaram em Pau dos Ferros os irmãos casados, como José, Júlia e Regina.
Já instalados na Fazenda São Pedro, Chico Cabral trouxe para a sua casa,
em Mossoró, na rua Francisco Ramalho, lado direito da Igreja de
São Vicente, Inalda e Guiomar.
Extremamente cuidadoso com as irmãs, proibiu-as de ficar à janela, para
não namorar. Um dia, soube que Guió desobedeceu
suas ordens, pois andou batendo papo com
um amigo na janela. Deu-lhe uma grande surra e ameaçou levá-la de volta à
fazenda, caso insistisse. Nunca mais Guio conversou com rapaz nenhum. Nunca se casou, faleceu solteira.
Conta-se que antes desse episódio, Guiomar namorava um rapaz,
Edinho, filho de Manoel de Assis. Um dia ele achou que Guió namorava ‘Chupeta’,
um motorista de táxi, pegou-a, botou no carro e levou para a fazenda, onde
ficou dois dias de castigo. Chico Cabral era extremamente cuidadoso com as irmãs, deve ter recebido recomendações do pai.
Canindé Alves lembrou de uma Fobica, da Ford, e uma moto Jawa, grande,
importada que Chico possuía. Uma vez vinha de Riacho Grande para Mossoró com
Ninita na garupa, sempre conversando e
em determinado momento ela se calou, não respondia, quando ele se voltou para a
garupa não viu ninguém. Ninita havia caído e ficou para trás. Ele retornou e
ela vinha caminhando.
Moreno, Chico Cabral era da alta sociedade de Mossoró, playboy. Quando
resolveu sossegar e casar, para surpresa dos amigos e da família não foi
nenhuma das moças tidas como prováveis candidatas, inclusive, a colega de trabalho Aldiva Fernandes. Chico casou-se com uma mulher que
lançava moda, chegou a ser uma das mais elegantes da cidade, Francisca Paiva Cabral, a
Ninita, natural de Almino Afonso. Por
causa dessa escolha se intrigou com a mãe, que torcia pelo casamento com Aldiva. Conta-se que a mãe deu-lhe desprezo,
ao ponto de quando estava morando em Mossoró, em frente a empresa onde ele
trabalha, Alfredo Fernandes e Cia., bastava avistá-lo para entrar de casa
adentro e fechar a porta.
Do casamento nasceu um casal de filhos: Kléber e Keitha, que tiveram pouca convivência com a família. Em 1951, durante a festa de comemoração das Bodas de Ouro de Pedro e Antônia, reuniram a
família para uma foto. Chico Cabral e Ninita não compareceram, mas mandaram os filhos,
que aparecem na foto.
Chico Cabral era um homem bonito. Alto, um ‘tipão’ de homem. De
gestos simples, não andava na casa de ninguém, a não ser nas vezes que aparecia de surpresa para almoçar na casa
da irmã Maria Cabral.
Gostava de fazer isso para comer o que tivesse na mesa. “Ele era muito rico e a gente se
preocupava, mas como gostava de comida sertaneja...”, disse Estelina. Ela
lembra que seus filhos também apareciam, vinham em casa. Kléber era muito apegado
a Pedro Segundo, caçula de Maria. Tão apegado que o filho de Segundo é em sua homenagem.
Estelina não gostava de dizer que
era Cabral, por causa da riqueza dele, que era tão conhecido. “Na maioria das
vezes atrapalhava. Uma vez mamãe deixou de ganhar dinheiro num negócio que
não me lembro porque disseram que era
irmã de Chico Cabral", disse.
Os filhos de Chico Cabral tinham brinquedos, o que os outros sobrinhos não tiveram.
Aos cinquenta e nove anos de idade, Chico Cabral sentiu-se mal à noite. No dia seguinte o médico Lavoisier Maia, que
era ateu, chegou para ver o doente e, se dirigindo aos parentes disse: “Vocês
não têm um Deus aí? Quero ver ele funcionar agora. Duvido”, lembra Eliseu que assistiu a cena.
Quando faleceu deixou muita coisa: “Na firma ficou mais de três mil
cruzeiros”, diz Eliseu. Nunca foi feito o inventário de Chico Cabral. “No
velório a casa dele virou feira. Todo mundo foi vê-lo no caixão, a maioria por
curiosidade. Foi o maior enterro que vi em Mossoró”, diz Eliseu, que veio de
Recife, onde morava, a tempo de vê-lo vivo por alguns minutos.
Os filhos estudavam em Natal, Kléber era interno no Colégio Marista, tinha quinze
anos de idade e Keitha era interna na Escola Doméstica, com doze anos de idade.
Chico Cabral |
FRANCISCO
ALVES CABRAL, por Kleber
Meu pai era o filho mais velho e, pelo que sei, responsável pelos estudos e
primeiros empregos dos seus irmãos.
Vivi com ele menos de um quarto da minha vida, mas, lembro de alguns
fatos e passagens que me permitem prestar depoimento sobre sua pessoa e como
vivia.
Era um homem sério, trabalhador e cumpridor das suas obrigações.
Minha mãe era sua musa e inspiração, ele dedicava todas as suas atenções
para ela, a ponto de ter se indisposto com vovó Antônia, mantendo-se afastado
dela desde a decisão pelo casamento com mamãe até a sua morte.
Fazia questão de oferecer para mamãe tudo o que achava que ela queria e
procurava adivinhar os seus pensamentos.
Embora não gostasse, acompanhava mamãe a todas as festas na ACDP, Clube
Ypiranga, casamentos, aniversários, etc. A 'disputa' entre mamãe e Zedê
Caminha, mulher de doutor Alcestes, gerente do Banco do Brasil, pelo
título de 'Mais elegante de Mossoró' e 'Mais elegante do Rio Grande Norte', fez
parte do folclore da cidade na década de 1950. Também patrocinava todas as festas que ela fazia, como os dez anos de
Keithinha, quando contratou, nada mais, nada menos, que o cantor mexicano
Bienvenido Granda, que fazia sucesso no Brasil.
Era devoto de São Francisco do Canindé e, embora não fosse de frequentar
igrejas, não conseguindo pôr em mim o nome do santo, conseguiu levar-me até o
Canindé, depois de batizado, para me entregar ao santo. Segundo mamãe, isso
aconteceu quando eu já tinha cerca de nove meses de idade.
Devido ao seu desentendimento com vovô Antônia, pouco me relacionei com
os primos do seu lado, mantendo mais afinidade com os primos da família de
mamãe. De qualquer sorte, fiquei muito amigo de Segundo, filho de tia Maria e
mantive relacionamento mais próximo com os tios Cirilo e Odílio.
Somente depois da sua morte é que conheci diversos primos, principalmente,
durante a doença de vovô Pedro, quando também, praticamente, conheci vovó
Antônia. Aliás, desde então, sempre que fui a Mossoró fiz questão de visitá-la,
inclusive, tendo me hospedado em sua casa numa das oportunidades. Nunca lhe
perguntei nada sobre papai, mas ela sempre fez questão de dizer quanto eu era
parecido com ele.
Meu pai não escondia seu apego com Keithinha, até porque ela, sendo
mulher, conseguia ser mais carinhosa com ele.
Da minha parte, percebendo o quanto ela tinha facilidades com ele,
utilizava-me dela para obter coisas, como dinheiro para ir ao cinema, comprar
balas e brinquedos, pois, diretamente ele era mais difícil de convencer.
Preocupava-se com os meus estudos e os de Keithinha.
Queria que eu fosse médico, pois achava que eu não tinha perfil para
profissão mais difícil, implicava que eu tinha de ter uma profissão que me
fizesse ficar rico mais facilmente.
Em 1959, levou-me para Natal, internando-me no Colégio Santo
Antônio - Marista - e onde fiquei até 1962, quando ele faleceu. Nesse ano, também
Keithinha foi estudar em Natal, na Escola Doméstica.
Não tinha o costume de beber, lembro que certa vez, bebeu algumas
doses de uísque, num baile da ACDP e caiu num dos banheiros do clube,
machucando o nariz. Nunca mais soube que tenha bebido mais que um ou dois copos de cerveja.
Adorava as festas juninas, Luiz Gonzaga seu cantor preferido e quando
viajava para a fazenda ficava cantando o tempo todo A Mula Preta.
Adorava o Riacho Grande e só deixava de ir lá quando estava fora de
Mossoró. Ia lá todos os dias, impreterivelmente, às 5 horas da manhã, para
assistir a ordenha das vacas e voltava para o trabalho, a partir das 8 horas da
manhã. De acordo com a necessidade, voltava lá na parte da tarde.
Certa vez aprontou uma comigo e com mamãe...
Eu namorava Eliana, filha de doutor Francisco Cabral, chefe do Ministério
de Agricultura em Mossoró e, na terça feira do carnaval de 1962, ele deixou que
eu ficasse na ACDP até o amanhecer do dia, pois mamãe ia com Keithinha para
Natal, às 5 horas da manhã. Aproveitei e fiquei namorando até umas 8 ou 9 horas
da manhã, quando cheguei em casa. Ele tinha ido para o Riacho Grande, mas ficou sabendo da hora que cheguei e ficou danado: “A primeira vez que deixo ele
ficar sozinho e ele se esbanja. Pode deixar que vai acertar comigo” – ameaçou
para os empregados lá de casa. Daí a uns quinze dias iríamos para Natal juntos.
O dia marcado era um sábado, de manhã e, na véspera, encontrei-me com
uns amigos e sai para a farra. Viramos a noite e meu pai foi me buscar na
Sorveteria Oásis, lá para as 9 horas da manhã, me deu aquele 'esculhacho' e me
mandando trocar de roupas, partimos dali mesmo para Natal. Na estrada, vamos
dizer, voltamos a nos entender e ele arquitetou um plano para fazer uma gozação
com mamãe. Em Natal, mamãe e Keithinha já estavam hospedadas no Grande Hotel.
No hotel, depois de tomarmos banho, fomos para o restaurante jantar e,
de volta para o apartamento, ele começou a conversa:
- Já soube o que o seu filho fez, dona Ninita?
Mamãe quase passa mal, pois, em seguida, ele contou que
Eliana estava grávida e que agora o que restava era me casar e me por para
estudar e criar a criança.
Foi aquele clima, até que ele fechou o assunto,
dizendo:
- Se fosse verdade, você acha que eu teria trazido ele
para cá sozinho? – perguntou para mamãe. – Claro que não, mulher, já teria
levado para a fazenda e iria colocá-lo no trabalho, para fazer jus às suas
necessidades. Eu não vou criar filho de ninguém.
O acontecimento embora tenha
parecido desagradável, contribuiu para que eu conhecesse um pouco da sua
personalidade.
Vivi apenas quinze anos com ele, mas, muita coisa que
aconteceu com papai tem acontecido comigo.
Meu sogro gostava de ser chamado de padrinho,
mas meu filhos, sem qualquer orientação, minha ou de minha mulher, só o
chamavam de vovô.
Concordo com o que dizia vovô Pedro: “Os filhos
devem ser preparados pelos pais para que ganhem com o seu suor o sustento e
construam suas vidas”. Juntar patrimônio para a família quase sempre resulta em
problemas para a geração futura. Foi o que aconteceu, em parte, conosco. Papai
tinha um bom patrimônio: Fazenda São Pedro, casa boa, carro novo, caminhão,
etc., além de ter ajudado a sua família e a de mamãe e, se tivesse vivido
mais, certamente, teria juntado muito mais.
Com a sua morte, todos foram pegos de surpresa.
Minha mãe não tinha a menor ideia do que ele realmente fazia, quais os seus
direitos e suas obrigações. Ainda hoje lembro que o doutor José Leão, conhecido
pelas suas bebedeiras, devolveu o cheque que recebeu pelo atendimento prestado
ao meu pai, por achar que não merecia o pagamento, uma vez que, segundo ele
nada fizera para contribuir para a sua recuperação. Por outro lado, doutor Maltez,
que era nosso vizinho e obstetra, embora tenha estado lá em casa, recebeu o
pagamento.
Minha mãe chegou a pagar débito do meu pai no Banco
do Brasil antecipadamente, a pagar 'débito de boca', pessoas que diziam que
tinha crédito com papai, sem mostrar qualquer comprovante. A fazenda terminou
sendo vendida sob a pressão do vizinho amigo e futuro governador, o doutor Tarcísio Maia. Tudo sob a pressão de 'amigos e parentes', sob a premissa de
manter o nome de meu pai limpo.
Só
voltei para Natal depois da morte de papai porque minha mãe pensava que seria
possível manter o nível de vida que papai nos oferecia e porque já pagara
alguns meses do internato.
A
realidade chegou e tivemos que nos adaptar às novas condições. Não foi
fácil, pois, tanto mamãe, quanto eu e Keithinha, acreditávamos ser tão ricos
que a morte de papai nada alteraria o nosso viver.
Fiz
muita besteira, gastei demasiadamente, para a minha idade e só dificultei as
tomadas de decisão de mamãe, mas aos 21 anos doei para minha mãe o que me
cabia no testamento de papai, até que mudamos para Fortaleza, onde passei a
viver de forma simples, contentando-me com o que tivesse disponível, até que
consegui me formar em julho de 1972.
Nesse
ano tomei a mais importante decisão da minha vida: Fazer o que fez meu pai;
sair pelo mundo à procura do sustento e do futuro.
-
Mamãe, se papai saiu de Pau do Ferros só com a tabuada, não é possível que eu,
com um diploma universitário, não seja capaz de fazer, ao menos, o que ele fez,
ou seja, construir uma vida nova, constituir e criar uma família.
Pois é, fui para
Minas Gerais e vim para a Bahia em 1981, onde estou até agora.
Francisca Paiva Cabral, a Ninina. |
Ninita, Kleber, Keytha e Chico Cabral, em 1951 |
Kléber e Keytha, em 1956 |
Keytha e Kleber, em 1960 |
Keytha, Kléber, Ninita e Chico |
Aruza Rosado, João Paiva, Chico Cabral, Ninita, Concita Escóssia e esposo |
Kléber, Ninita e Keytha, em 1965 |
Keytha, Ninina e Kleber Paiva Cabral |
N. KLEBER PAIVA CABRAL
Kléber com o pai, em 1946. |
Kléber com o pai, em dezembro de 1946. Kléber com quinze anos no portão de casa |
Casamento de Kléber e Tomires Socorro, em 1978 |
Kléber Paiva Cabral nasceu em Mossoró, em 5 de maio de 19XX. Graduado em Agronomia, pela Universidade Federal do Ceará.
Em 4 de fevereiro de 2022, escreveu:
"Vou contar a presença de São Francisco das Chagas, meu padrinho. Como foi a confirmação do meu batizado na Basílica do Canindé, no interior do Ceará.
"Vou contar a presença de São Francisco das Chagas, meu padrinho. Como foi a confirmação do meu batizado na Basílica do Canindé, no interior do Ceará.
Padre Hubert, Humberto para nós brasileiros, convenceu meu pai que o batizado tinha que ser o mais cedo e que a confirmação poderia ser feita depois no Canindé.
Pois bem, segundo minha tia Célcida, irmã da minha mãe, a coisa aconteceu assim, vou descrever como se soubesse o que acontecia:
Primeiramente, ao chegar no Canindé depois de oito horas de viagem num Jeep 1931, americano, legítimo, tiraram-me dos peitões da minha mãe. Não gostei.
Depos me deixaram despido e com frio.
Está pensando que acabou meu sofrimento? Não, puseram-me no colo de um boneco de gesso - os franciscanos tiram o boneco da criança do colo da estátua de São Francisco e colocavam o indijitatado, eu, no caso - nos braços do santo.
Não deu outra. Assustado, a primeira foi na cara, daí, desculpe a expressão, foi merda para todo lado. Caguei no santo e, se não fosse tia Célcida, ele teria morrido asfixiado.
Correria geral, meu pai encabulado, minha mãe apavorada.
A sorte do santo foi tia Célcida.
Rapidamente me tirou de cima do santo e ele voltou a respirar.
A sorte do santo foi tia Célcida.
Rapidamente me tirou de cima do santo e ele voltou a respirar.
Foi assim, pode acreditar.
Em julho de 2022 escreveu:
"Há exatos 50 anos, no dia 15 de julho de 1972, mais ou menos, a essa hora, no Salão Nobre da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará, em Fortaleza, no Ceará, eu suava que nem tampa de chaleira de água quente.
Estava na fila para a minha Colação de Grau como Engenheiro Agrônomo.
Cinquenta anos...
Uma vida inteira dedicada a profissão que escolhi ainda na minha juventude.
Distante do Ceará, mas com o meu umbigo enterrado em Mossoró, meu coração dividido entre o Ceará e Minas Gerais e minha Vida entregue à Bahia, não tenho mais nada a fazer que agradecer ao Grande Arquiteto do Universo por tudo o já vivi.
Nesses 50 anos conheci a mulher da minha vida, Tomires Socorro, tivemos quatro filhos maravilhosos - Thalita Mara, Thiago Francisco, Thales Francisco e Tadeu Francisco - ganhamos genro, Daniel Francisco, e noras - Lidiane e Juliana - quatro netos: Miguel, Francisco, Maitê, Maria Helena e Francisco - maravilhosos, mantivemos nossas amizades potiguares, cearenses e mineiras, adquirimos novos amigos baianos e continuamos à procura de novos amigos, com a Graça de Deus.
Finalizando, agradeço a sua atenção até agora e faço votos que continuemos assim, amigos.
Kleber
Residente em Vitória da Conquista, na Bahia, é aposentado do Banco do Brasil. Casado com Tomires Socorro, mineira. O casal teve quatro filhos:
B. Thalita, nasceu em xxxx Graduada em Psicologia, casada com Daniel Francisco mãe de Maria Helena e Francisco.
B. Thiago Francisco, nasceu em xxxx graduado em Engenharia Civil, na UFMG.
B. Thales Francisco Cabral, nasceu em xxxxx graduado em Direito. Nasceu em xxx. Graduado em Direito, pela Universidade Estadual do Sudoeste, Vitória da Conquista, em 2006. Sempre concursado, foi assessor parlamentar da Câmara de Vereadores de Conquista, funcionário do Banco do Brasil, analista técnico da Justiça da Bahia, analista técnico do TRT, Itapetinga, Bahia, Procurador do Estado de Alagoas até 2017 e, atualmente, Procurador do Estado da Bahia, em Vitória da Conquista, desde 2017. Recebeu o título de Master of Science - MS - da Universidade Federal de Alagoas, com nota 9,5 para alegria dos pais corujas. Reside em Vitória da Conquista. Mestre pela Universidade Federal de Alagoas, também leciona na FAINOR - Faculdade Independente do Nordeste, em Vitória da Conquista.
Casado com ... e pai de .....
B. Thadeu Francisco Cabral, nasceu em xxxx Graduado em xxxx
N. KEYTHA PAIVA CABRAL
Keytha nasceu em xxxx , em Mossoró.
N. KEYTHA PAIVA CABRAL
Keytha |
B. Francisco Romney Cabral Reis
B. Francisco Rodney Cabral Reis
B. Francisco Rodney Cabral Reis
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