domingo, 11 de maio de 2014

JOSÉ ALVES CABRAL


F. 03 – JOSÉ ALVES CABRAL

         Nasceu em 1906, no Riacho do Meio, Pau dos Ferros. Homem de estatura baixa, bem moreno como o pai e Odílio, como eles, trabalhava sob o sol, na agricultura. De rosto chato, parecido com Regina. Trabalhador, nasceu para a roça, de onde tirava o sustento, além de lutar com gado: comprava e vendia. Era esperto, vividor, apesar de fanhoso, sabia conversar, era amigo de todo mundo, um homem sem inimigos.
         Júlia conta que uma vez um professor se indispôs com ele e ameaçou batê-lo, nunca mais ele quis estudar. Era boiadeiro, levava gado de uma cidade para outra, também carregava água de um lugar para outro. Levou muita poeira na vida e, por isso, sempre estava gripado, com dor de garganta, rouco e passou três anos sem trabalhar, antes de morrer, em consequência de problemas nos pulmões.  
        Julia lembra que uma vez José foi levar uma boiada para a Bahia e, na volta, reclamou bastante da temperatura. Disse que havia lugares frios e outros quentes. Que fizeram uma parada num bar na estrada e lhe foi servido água quente, bebeu e nunca mais teve saúde.
        Nessa época, Chico Alfredo, marido de Júlia, chegou a lhe arranjar um médico de fora para cuidar de José. Este recomendou que José deixasse Pau dos Ferros durante um ano que garantia sua saúde, pois José deveria ficar num lugar com clima menos quente do que Pau dos Ferros. Ele não aceitou, disse que estava conformado com a doença.    
        Inalda lembra que Chico Cabral mandou umas injeções para José, mas um filho de Cícero Bezerra, que fazia linha para PF não entregou a encomenda direito. Ela disse que uma injeção e ele não teria morrido.  
        Inalda lembra que Chico Cabral mandou umas injeções para José, mas um filho de Cícero Bezerra, que fazia linha para PF não entregou a encomenda direito. Ela disse que uma injeção e ele não teria morrido.  
           Odílio lembra a ultima vez que o viu, foi em sua casa, pois ele se hospedava na casa de Odílio. Não reclamava da saúde, fazia negócios de gado para Chico Cabral, comercializava. Pedro disse para Odílio que, de Mossoró ajudava a José em Pau dos Ferros. 
       José faleceu em junho de 1951, aos quarenta e cinco anos de idade, às vésperas da comemoração das Bodas de Ouro dos pais, Pedro e Antônia, em novembro. Sabendo que o filho José estava bem magrinho e dizendo a todos que iria morrer, Antônia viajou a Pau dos Ferros a tempo de se despedir do filho.
       Pedro e Antônia foram ao enterro de José. Eles estavam afastados de Inalda por causa do casamento com Pielson, mesmo assim dormiram na casa da filha e aguardaram a missa de sétimo dia. Inalda fala sobre o irmão José: “Ele me queria bem, de coração. Era um grande amigo, não era fingimento e me tratava com carinho. Em 1945, fui trabalhar em Pau dos Ferros e ele queria que os filhos vissem minha educação de colégio de freira. Fui professora de Maria do Rosário por dois anos. 
       Ivanaldo dizia que o pai era muito bom, trabalhador, enérgico e que tudo o que falava em casa, os filhos obedeciam.  
       José era casado com Joanita, também natural de Pau dos Ferros. Após o casamento morou a vida inteira em casa própria, na Rua Independência, em Pau dos Ferros. A casa ficou para os herdeiros, bem como um terreno que José adquirira do pai. O casal teve quatro filhos, todos nascidos em Pau dos Ferros:
         
           
                                                                    
Ivanaldo


         N. Ivanaldo Alves Cabral, nasceu em Pau dos Ferros, em 28 de novembro de 1939 e faleceu em 27 de novembro de 2004. Ivanaldo foi criado em Pau dos Ferros, era afilhado da tia, Adelzira, e quando criança vendia frutas num caixote. Foi prestar o serviço militar em Natal, queria fazer carreira na Marinha e, de Natal foi para o Rio de Janeiro, serviu em diversos estados e, na Revolução, foi para a Guiana Francesa. Trabalhou na construção de Brasília, como soldador na Esplanada dos Ministérios. Também foi motorista de caminhão. Em Brasília, conheceu Raimunda Pereira da Costa, com quem teve a primeira filha, Joronalda. Raimunda teve um câncer no cérebro. 

        B. Joronalda Pereira da Costa Cabral, nascida em 25 de dezembro de 1975. 


                              



        Ivanaldo viria a se casar com Sônia, que estudava Direito com sua irmã, Terezinha, em Sousa, na Paraíba. Sônia conta que Ivanaldo não dava notícias para a família, até que escreveu dizendo que estava numa situação difícil e com uma filha. Voltou para Pau dos Ferros e trouxe a filha, conheceu e namorou com Sônia e casou. Já viúva, Sônia foi entrevistada em 2007, e descreveu Ivanaldo como uma pessoa justa, honesta, pacífica e, como motorista de táxi que foi até seus últimos dias, tratava bem os clientes. “Quando levava alguém no hospital, adentrava com o paciente, como se fosse parente e ainda comprava o remédio. Era extremamente organizado, Kallyne puxou a ele. Era muito honesto, até no sentido de não comprar fiado. Vaidoso, só trabalhava de camisa de mangas longas e perfumado, adorava perfumes, tomava banhos de perfume. Religioso, assistia missa todo sábado, fazia questão de arrumar sua roupa no guarda-roupas, levava e trazia da lavanderia, na costureira ”, disse. Ivanaldo fez o Supletivo de 1º e 2º graus, acompanhando as duas filhas, quando elas faziam o hoje Ensino Médio. Falava corretamente a língua portuguesa e corrigia as filhas, lia jornais, tinha mania de estudar inglês sozinho e ensinava a Kanddyce. Sempre que vinha a Mossoró, Ivanaldo fazia parada na casa da tia Regina.
      Diabético, quando faleceu, em Pau dos Ferros, ao meio dia, do dia 27 de novembro de 2004, de infarto, fazia quinze anos que havia deixado de fumar e beber. As irmãs não foram ao enterro, mas enviaram coroa de flores. Foi enterrado no túmulo da sogra. 
      Sônia Silva Cabral é formada em Direito e Pedagogia, hoje aposentada, exercia as funções de Extensionista, da Emater, em Pau dos Ferros, aonde ainda reside. É natural de Upanema, filha de José Lourenço da Silva, conhecido como José Vital, natural de Campo Grande, e de Maria dos Anjos Medeiros, natural de Mossoró. O pai de Sônia trabalhava na firma Alfredo Fernandes & Cia., exatamente no motor de beneficiamento de algodão. Sônia foi aluna de Guiomar, tia de Ivanaldo.
       Ivanaldo e Sônia tiveram duas filhas: a pedagoga Kanddyce e Kallyne, formada em Direito e residente em Natal.
        

      B Kanddyce Sulzeer Silva Cabral Santos Nascimento, nascida em Pau dos Ferros, em 23 de abril de 1981.  

      Kanddyce é casada com Fagner Fabiano dos Santos, nascido em Mogi das Cruzes, estado de São Paulo, em 16 de janeiro de 1985. Kanddyce conheceu o esposo, através das redes sociais. “Eu conheço Fagner por causa de amigos em comum, uma amiga é casada com um amigo de infância dele. Ele viu minha foto no Facebook e falou e me achou bonita, minha amiga pediu para eu adicioná-lo no Facebook. Ele aceitou e então, passamos a conversar, com um mês ele me pediu em namoro, depois de um mês de namoro pelo Facebook, ele me pediu em noivado e foi para Pau dos Ferros me buscar e começamos a nossa história, mudei-me para São Paulo e estamos juntos há quatro anos. A gente se casou no dia 8 de julho de 2017, mamãe veio para o casamento e ficou alguns dias conosco”, disse Kanddyce.
                    

Ivanaldo, Sônia e filhas Kallyne e Kanddyce



















      B. Kallyne Sulzeer Silva Cabral nasceu em Pau dos Ferros, em 23 de abril de 1984. Solteira, residente em Natal, aonde graduou-se em Direito e Serviço Social.





                                                                                     

          N. Maria do Rosário Cabral.
          Quando o pai morreu, Maria do Rosário era criança e ficou uns tempos na casa dos avós, Pedro e Antônia, em Mossoró. Depois Joanita veio buscar e Antônia não gostou.
          Na falta de contato com Maria do Rosário, são poucas as informações sobre a mesma e sua família. Há muitos anos mora em outro estado e tudo o que sabemos é que foi a primeira gerente do sexo feminino do Banco do Nordeste. É casada com uma pessoa natural de Pau dos Ferros. O casal tem duas filhas, uma médica e uma engenheira.            

                                                           
Maria do Rosário com tias e avó, Antônia.


              N. Pedro, já falecido.  

           N. Terezinha, advogada, aposentada.  
         

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