domingo, 11 de maio de 2014

ADELZIRA CABRAL FREIRE

F 12: ADELZIRA CABRAL FREIRE


                                                                         
                                             Adelzira em 1937. Foto de Manuelito Pereira

             Adelzira nasceu no Sítio Riacho do Meio, zona rural de Pau dos Ferros, em 19 de fevereiro de 1920. 




                                                                                


Adelzira em 1939

Formatura na Escola Normal, em 1939 

Adelzira em 1943

Adelzira, em 1958 


        Adelzira casou-se em dezembro de 1944 com João Francisco Freire, o Juca Freire, natural da Fazenda Poré, zona rural de Upanema, no dia 5 de novembro de 1917.
        Foi um menino esperto, travesso, cheio de artimanhas. Às vezes eram mais acentuadas suas travessuras. Certo dia, sua mãe notou ao lado da janela da sala onde costurava, forte queda d’água e, ao sair assustada, verificou do que se tratava: é que Juca tinha colocado água em vários recipientes, subiu por uma escada e derramava água no telhado, ficando naturalmente convicto de que havia feito chover.   
        Homem dinâmico, que viveu 75 anos, cheio de vigor, hábil, prudente, organizado e persistente. Viveu muito agradecido a Deus, por ter sido misericordioso com ele, concedendo-lhe realizar um sonho da sua infância e adolescência. Sonhou sempre viver independente, ou seja, às suas próprias custas.
        Suas atividades profissionais tiveram inicio ainda na juventude. Apesar de ser comum na época os jovens mais abastados serem mantidos pela família, aos dezesseis anos de idade, Juca Freire obteve autorização do pai para assumir parte da colheita da semente de oiticica. Com o lucro obtido montou uma padaria na cidade de Upanema, distante seis quilômetros da Fazenda Poré.  
        Pouco tempo depois, vendeu a padaria e comprou um caminhão, passando a viajar para Campina Grande e cidades no interior do Ceará, na atividade de compra e venda de mercadorias diversas.
        No início de 1951, o casal migrou para Patu, pois a professora Adelzira foi transferida para aquela cidade serrana. Em meados do mesmo ano, o casal passou a residir em Mossoró, cidade que Juca admirava e onde ele exerceu diferentes atividades. Logo que chegou, continuou a comercialização e transporte de secos e molhados para os armazéns e grandes mercearias que abasteciam a cidade e região. Durante anos, viajou como caminhoneiro por vários estados brasileiros, inclusive, indo até a região Sudeste do país, o que se constituía um grande desafio naquela época.
         Ousado, Juca Freire era um homem de iniciativas, acolhedor, prestativo, trabalhador incansável, sensato, energético quando necessário, era procurado por parentes e amigos para orientação de natureza comercial ou  particular, não fazendo distinção de classe social, cor ou partidarismo político, embora nesse aspecto deixasse bem claro as suas opções. Participava da vida social mossoroense e, particularmente, das festas da padroeira, Santa Luzia, e dos clubes sociais ACDP e Ipiranga.
          Esse modo de ser, ao longo de sua vida, granjeou-lhe sempre novos amigos e conhecidos, firmando assim a sua imagem de homem simples, cumpridor dos compromissos assumidos, competente no que fazia, seguro nas suas atitudes e solidário quando a ocasião exigia contando ainda com a vitória nos seus projetos, na sua vontade de vencer.
          Juca Freire, que não conseguiu chegar aos bancos de uma universidade, conseguiu dar uma boa lição em casa, quando proporcionou ensino superior a todos os filhos, além de uma excelente formação, levando seus herdeiros – inclui-se também netos e bisnetos – a assumirem uma postura ética e cumpridores de seus deveres. O mesmo é extensivo às noras e aos genros.
         Bastante dedicado à família, Juca Freire considerava ainda a generosidade do Pai, ter desfrutado a vida como desejaria viver, respeitado pelas pessoas com quem convivia, cercado de amigos, servindo na medida do possível aqueles que o procuravam.
         Juca Freire faleceu em 26 de setembro de 1993.                       


Adelzira com Bosco, Mário, Rosana e Gerusa, em 1963.


Adelzira e Inalda, anos 1970

Juca e Adelzira



Adelzira com netos



                                                                                       
Adelzira com Zilene, Camilla e Maria Luíza


                                                                         



        N. Zilda Maria Cabral Freire Costa

                                              
                                           
Zilda e Zilene

                                                               

                                                                         
Zilda e Zilene





Zilda Maria faleceu em seu apartamento em Natal, no dia 18 de março de 2021 e foi enterrada no dia seguinte, em Mossoró.   


Com a avó, Antônia: Zilda, Ramalho e Stella


Março de 2013: Zilene, Zilda, Inalda e Rosana










                  


      

Por Ramalho Costa*

       Hoje, 25 de março de 2021, estou completando setenta e seis anos de vida, dos quais cinquenta deles ao lado de minha amada esposa, Zilda, falecida, vítima de câncer, quinta-feira passada, dia 18 de março. 
       Há exatamente um ano, no início dessa pandemia que nos assola, escrevi uma crônica que algumas pessoas leram. Nela eu disse: 
       
        Nessa época em que pensar apenas no próprio ego é regra geral, o vírus nos dá uma mensagem clara e direta, a única saída é a solidariedade, o viver em comunidade, o fazer parte de um todo. E partilhar a responsabilidade e o sentimento de que o destino já não é só nosso, mas depende de todos e de cada um. Poderemos aprender a saber nos comprometer que somos um só e pedirmos perdão pela nossa arrogância. Quem sabe, o vírus tenha vindo para mostrar-nos isso.

       Passado um ano, constatamos que aconteceu o inverso. Talvez acostumados com a ideologia anticristã do TER em vez do SER, o ente humano não soube enfrentar essa pandemia da maneira adequada e o que vemos atualmente é essa grande mortandade no mundo todo sem distinção de raça, ideologia política, religião, cor, poder econômico, etc. 
        Mas devemos ter esperanças que a maioria das pessoas, principalmente, nossos governantes tomem consciência da gravidade da situação atual e com a ajuda da ciência e poder de Deus, encontrem uma solução para isso. 
         Jamais imaginei que neste dia, estaria chorando, ao lado dos filhos, parentes e amigos a perda irreparável de minha querida esposa, Zilda. 
         Grato.




    Mensagem encaminhada pelo marido e filhos de Zilda Maria Cabral Freire Costa, por ocasião de sua missa de sétimo dia.

      Como mulher forte e batalhadora que era, lutou contra o câncer, sendo sempre otimista. Porém, também por ser uma mulher prática e realista, ao ver que sua partida era inevitável, constatou: “Estou pronta, tive uma boa vida, fui feliz”.
      Como disse Frei Alê no momento final de sua despedida: "Não temos medo de morrer, temos medo de deixar de existir no coração e na memória dos que ficam". Sendo assim, ela foi embora dessa vida de forma serena, pois sabia que vamos sempre lembrar dela sorrindo e feliz.
       O período de seu tratamento, principalmente a etapa final, não foi fácil, principalmente para ela, mas também para a família. Felizmente, muitos nos ajudaram a passar por essa fase.
        Portanto, queremos agradecer a toda equipe médica e de apoio que a assistiu, bem como as cuidadoras que foram uma ajuda fundamental em casa. Agradecemos as pessoas que fizeram orações, aquelas que enviaram pensamento positivo, a quem a visitou, e a todos que fizeram companhia, mesmo à distância. Esses cuidados e gestos a reconfortaram e tornaram os seus dias mais felizes.
     Após seu falecimento, muitas foram as mensagens que recebemos e elas certamente diminuíram nossa dor, ao vermos o quanto ela era querida e quanto construiu e transformou, seja profissionalmente ou em suas relações pessoais. A todas essas pessoas, a nossa sincera gratidão, pois nesses tempos em que não pudemos ter o conforto do abraço, essas palavras foram um alento aos nossos corações.
     Para finalizar, gostaríamos de lembrar uma das últimas coisas que ela disse, quando se aproximava sua partida: "A vida é o hoje". E foi assim que ela viveu, sempre pensando no que tinha a fazer, cheia de ideias, realizando projetos diariamente. 
    Por isso, mesmo com a imensa saudade, alegramos-nos com a certeza de que, onde quer que esteja, seja em outro plano, seja em nossas mentes, seja em nossos corações, ela continuará criando, construindo, sempre em movimento. 
      Muito obrigado a todos.






B. Andrea Freire Costa


                              Andrea



                             Andrea e filha




B. Ana Ludmila Freire Costa

                    Ludmila, na Espanha. Foto: Consuelo Freire

No ano de 2004, Ana Ludmila passou uma temporada na Europa e usou a rede social Orkut para postar notícias como um diário:

01:03:04 – 17:09 horas.

Oi, gente!
Primeiras notícias de Londres. (...)
Chegando em Londres não dava para ver nada. Muitas nuvens. Começou meu desespero. Descemos do avião, gelando, fazendo 1º. C. Chegou o momento que mais temia: a imigração. Mas correu tudo bem. Acho que a moça  gostou de mim. Mas é incrível como eles perguntam tudo e você tem que saber inglês mesmo, senão, bóia geral.
Recebido o visto, tenho a melhor sensação que me lembro. Eu, andando sozinha no aeroporto e pensando: meu Deus, é um sonho realizado. Quatro anos juntando dinheiro e aqui estou eu. Não quero mais nada. Pode agora dar tudo errado. Eu ter que voltar, mas estou muuuuuito feliz! Ter chegado aqui já valeu a pena.
(...)
Agora imaginem o meu desespero: recém-chegada, sem mala e sem saber ir para casa. Mas, como futura psicóloga, me controlei e mantive a calma. (...)
Ih! Gente! Foi muito legal andar em um dos tradicionais táxis pretos! E o motorista muuuito chique! Me controlei para não tirar uma foto. E o percurso todo muito lindo... Fiquei babando. Tudo muito legal e a mão inglesa muito engraçada. Valeu pelo toque, Andréa. Tem que prestar atenção na hora de atravessa a rua. Mas tem indicação no chão.
(...)
O inglês dá para entender bem. Peço para falarem devagar e repetir algumas vezes, mas sem grandes problemas. (...) Fiz o teste, entrei na turma mais avançada. (...)

02 de março de 2004 – 14:55 horas.
Depois de passar o dia tentando falar com alguém no aeroporto, chego em casa e entro em desespero. Janet me avisa que minha mala está na casa do vizinho. Gente, vocês não têm noção da minha alegria. Deus me livre se fosse alarme falso. Quase não acreditei quando vi a bichinha... (a mala). A vizinha foi super legal. Ela falou que tava chegando em casa quando eles (da companhia aérea) e ela se ofereceu para guardar a mala, senão voltariam no outro dia. Só conversei cinco minutos, mas já deu para saber que o marido dela é surdo e trabalha consertando instrumentos musicais de tecla (!). É impressionante como a gente acaba conhecendo gente muito interessante. (...)
Dormi muuuito bem, mas é realmente difícil sonhar em português e acordar em inglês. (...) Me perdi no metro e advinhem: cheguei ao (Rio) Tamisa. Ahhhhhh! Que chato, não? Você se perder e se encontrar no Tamisa.(...)  Então resolvi ir conhecer alguma atração. A mais próxima era a Saint Paul Cathedral. Gente, vocês não imaginam que lugar fantástico!!! Nesse momento eu devia estar com os olhinhos brilhando. E olha que nem sou chegada em igreja, confesso, mas fiquei realmente emocionada com a grandiosidade de lá. É imensa, muuito linda e parece um museu de tanta coisa para ver. Tipo, eu fiquei lá quase duas horas, mas dava para ficar uma manha inteira e ver as coisas com mais calma. Ah!, mãe, conta para vovó que conheci um padre, ou alguém do gênero. Foi legal. Ele era bem velhinho e eu tava andando e ele perguntou se eu era turista. Deve estar estampado. E de onde eu era e me abençoou, ou coisa parecida. (...)
Milhões de beijos para todos. Como vocês podem ler, estou muito bem, me divertindo muito. Esses dois dias foram só para dar um toque de aventura. Pensei assim: como Polliana, do livro e o jogo do contente, antes de vir, as coisas que mais tinha mede de ser ruim eram o clima e a língua. Com esse monte de problema, acabei esquecendo isso. Agora, problemas resolvidos e o frio totalmente suportável, garanto: melhor do que nas reuniões de base, e o inglês administrável. That’s perfect! Painho e mainha, muita saudade. Não ligo mais essa semana, a menos que dê alguma coisa errada.         

05 de março de 2004 – 14:10 horas
(...)
As pessoas insistem em querer tornar público esse diário de viagem. Não, gente! É só para vocês acompanharem o que ando fazendo. E me divirto muuito compartilhando com vocês. Não tenho nenhuma intenção de mandar para o Retrato Falado, de Denise Fraga. (...)

16 de março de 2004 – 20:39 horas
(...)
Atendendo a pedidos, não vou mais escrever e-mails descrevendo o que fiz. Muitas mensagens alegando que precisam de mapa para acompanhar e que ficam com muita inveja. Outros disseram que preferem saber quando virem as fotos. Então, ta! Me mandem noticias sobre os atentados! Fiquei sabendo da bomba em Madri na escola. (...) mas nem dei bolas. Até que domingo uma colega conseguiu me deixar em pânico. A mãe dela havia dito que o próximo alvo poderia ser Londres. Gente, fiquei apavorada. Porque é impossível não ir a pontos turísticos, nem deixar de andar de metrô. Nem consegui dormir. Uma insônia braba. Até que um professor falou que tinha a ver com as eleições na Espanha e que a gente não se preocupasse. Muito reconfortante. (...) Assisto a BBC e consigo entender o jornal.  (...) Na volta para casa estava nevando. Não era muito, mas era neve. Fiquei abestalhada, no meio da rua. Estava muito frio, mas eu estava tão encantada que não senti nada. No outro dia, tudo branquinho. Lindo! Tirei fotos. Saio de casa com três blusas e três calças compridas. (...) Hoje fui ao Shakespeare Globe, o teatro reconstruído. Impressionante, de tão perfeito. Mainha você ia amar. (...) Painho, eu não respondo sempre porque não tenho acesso a Internet todo dia. Já falei, fia ruim de vir para cá depois das aulas, prefiro ir passear.           

19 de março de 2004 – 13:09 horas
(...)
A cidade aqui está em pânico: muitos policiais armados pelas ruas. Fiscalização na estações de metrô. Você não pode deixar nenhuma bolsa no chão por cinco minutos que eles recolhem. Eu to tranqüila. O ataque  só vai ser dia 11, mas aí já estarei aí em casa. Assim, eu sei que é egoísmo meu, mas preciso pensar assim.
Mãe, vou para Paris por minha conta mesmo. (...) Tem muitas coisas que quero ver por lá. Cinco dias não dão conta, imagina!

22 de março de 2004 – 07:54
Bom  dia, queridos pais, irmãos, amigos, primos, professores... Faltou alguém?
(...)
Ontem fui a Greenwich! Ah! Tava um dia tão lindo. Muito sol. Mas com um vento muito frio. Ficamos lá, passeando. Vendo a linha que divide o mundo em Leste/Oeste.

23 de março de 2004-05-30
(...) No dia que fui no aeroporto, o metro ficou parado uns quarenta minutos. (...) Nesse tempo de espera comecei a me lembrar de um monte de coisas que tô sentindo falta no Brasil. Aí, inspirada no filme e no livro Alta Fidelidade, em que o personagem principal adora fazer lista, comecei a minha. Enumerei o que mais gostava e tava sentindo falta. A lista começou a ficar grande demais e comecei a enumerar as coisas que sentirei falta daqui. Divirtam-se:
Tô com saudades de:
1 - sopas de minha mãe;
2 – da paçoca com feijão verde  de Luzia (lá de casa em Mossoró)
(...)
18 – Não ter medo de bomba e de terrorismo;
20 – Abraçar os amigos, beijar o namorado, sentar no colo da mãe, bater nos irmãos. Enfim, ter algum tipo de contato físico com outros seres humanos (aqui, se você esbarrar em alguém, é morte na certa!);
21 – Passar a tarde sem fazer nada, sem se sentir culpada porque o tempo tá passando e você precisa aproveitar cada segundo.

01 de abril de 2004 – 13:26
Oi, gente!
Agora, diretamente de Paris!!!
Ah! Deixei Londres com muitas lágrimas nos olhos!!!
(...)
Paguei caro para ver a Monalisa, porque eu tava sem o menor saco de ficar dentro do museu com o sol lindo que tá fazendo... (...)
Muitos beijos a todos vocês. Não sei quando volto a escrever. A cidade é linda. Já estou apaixonada!  

 B. Thiago Freire Costa




Thiago 




        N. Zilene Conceição Cabral Freire de Medeiros

                                                                         





                                                                         





                                                                             
Zilene e Zilda




                                                                                 
Primeira comunhão de Zilene



Desfilando na ACDP


Zilene e Juca Freire




Em São Paulo

Zilene em 2019



       N Gizélia Freire de Oliveira


                                                                                   
Gizélia
                                 

Gizélia

Primeira comunhão




Luana Betícia Freire de Oliveira


Em 10 de julho de 2021, Luana Betícia postou em redes sociais:
"Em 10 de julho de 2006, comecei uma jornada. Foi 'ontem'.
Quinze anos de descobertas, desafios, aprendizados, entrega, comprometimento, conquistas, colaboração, integração... Histórias inusitadas para contar, risadas sinceras, boas amizades construídas e coração quentinho.
No agro, desenvolvimento territorial, indústria, comércio, serviços; pelo Trairi, Agreste, Seridó, Vale do Açu, Oeste, Alto Oeste, Região Metropolitana, em qualquer canto do RN; no atendimento direto ao cliente ou no suporte necessário para fazer funcionar, sempre é assim: ouvir, entender, orientar, atender, aprender, melhorar.
Fazer parte da instituição Sebrae é acreditar e promover o desenvolvimento por meio do empreendedorismo, no mais amplo sentido da palavra. Tenho orgulho em fazer parte.
E eu tenho um bônus: comecei com uma turma especial de trainees junto comigo, espalhada por esse RN lindo. Hoje, celebro com elas. OBRIGADA a todas que fazem parte dessa jornada e vamos em frente".


N José Hélio Cabral Freire
Hélio



N João Bosco Cabral Freire


Bosco




                                                                             
Bosco, o primo Rômulo e o amigo, Edson Costa

N José Mário Cabral Freire



N Antônia Geruza Cabral Freire



N Rosana Lúcia Cabral Freire Benigno



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